A Grande Alegria — Parte 3

Voltamos à nossa série de meditações sobre o Santo Rosário, nessa jornada que iniciamos com o objetivo de formar um plano de vida espiritual sólido que nos permita bem disputar a grande maratona cujo prêmio é a coroa da glória eterna. Tenhamos sempre no coração que o homem nasceu para conhecer, amar e unir-se a Deus, participando da felicidade perfeita da Santíssima Trindade. Essa felicidade excede todas as demais e não terá fim. Aos eleitos a glória, que perdurará enquanto Deus for Deus!

Voltemos o nosso olhar novamente àquela pobre virgem de Nazaré, que estava recolhida em uma íntima e fervorosa oração, pedindo ao Deus de Israel que enviasse o Messias que haveria de trazer ao mundo o Espírito Santo, dando aos homens o poder de se tornarem filhos de Deus. Old School Bodybuilding Workout Old School Labs wann fangt deseo an zu wirken helpyougetgains – bodybuilding-ergänzungen und training: kreuzheben-krafttraining (größe und kraft in einem training aufbauen). Bodybuilding-Training außerhalb der Saison, um Muskeln aufzubauen valif 20 2018 sommer herren fitness shorts jogginghose mode freizeit crossfit bodybuilding workout joggersheavengifs. Eis que o Senhor ouve suas preces, e envia o seu mensageiro para lhe anunciar o motivo da grande alegria dos anjos e dos homens. O anjo saúda a humilde virgem dizendo: “Alegra-te, cheia de graça, o Senhor é contigo!”.

Meditemos agora a última parte dessa ditosa saudação, início do Novo Testamento, instauração da era da Graça do Espírito Santo sobre a humanidade.

O anjo disse à Maria: “O Senhor é contigo!”.

Essa palavra de confiança que o Senhor Deus dirigiu a muitos dos seus servos épenhor das divinas promessas. Pelos últimos milênios, desde que a religião foi instaurada no meio dos filhos de Israel por Moisés, Deus confirmou tudo o que havia prometido para Abraão e toda a sua descendência por meio dessa palavra.

Estando Moisés para morrer, já contando cento e vinte anos de vida, garantiu aos filhos de Israel que haveriam de herdar a terra prometida, ainda que ele mesmo não pudesse acompanhá-los nessa jornada. 

Os habitantes das terras por possuir eram homens guerreiros e muito violentos, ao passo que o povo de Israel, apesar de muito numeroso, vinha de 400 anos de escravidão da terra do Egito e outros 40 anos como peregrino no deserto. Não era um povo composto por homens preparados para a guerra; não tiveram ao longo desse tempo uma terra que pudessem chamar de sua e proteger. Era um povo composto de escravos que haviam chegado até ali com o auxílio do braço forte de Deus. Tivessem eles contado com as próprias forças para libertarem-se do jugo do faraó, certamente teriam sido exterminados; e se tivessem se julgado capazes de sobreviver àinospitalidade do deserto, é certo que após 40 anos estariam à míngua, tendo talvez até voltado ao Egito e se submetido voluntariamente à escravidão.

Deus, que compreendia toda a realidade de seu povo, e que conhecia sua desconfiança, inspirou em seu servo Moisés as seguintes palavras:

Coragem! Sede fortes! Nada vos atemorize, e não os temais, porque é o Senhor, vosso Deus, que marcha à vossa frente; ele não vos deixará nem vos abandonará.

(Dt 31, 6)

Mesmo assim, não foi sem muitas contrariedades que Josué, encarregado por Deus para conduzir o povo à terra prometida após a morte de Moisés, conseguiu convencer o povo a tomar posse do que havia lhe sido prometido. A palavra de Deus se dirigiu a Josué do seguinte modo:

Isto é uma ordem: sê firme e corajoso! Não te atemorize, não tenhas medo, porque o Senhor está contigo em qualquer parte para onde fores.

(Js 1, 9)

O que podemos verificar nas Sagradas Escrituras é que essa é uma palavra que Deus dirige aos seus servos quando eles estão por enfrentar a grande prova da Fé. Assim também podemos interpretar as palavras que Deus dirigiu à Virgem Maria no grande mistério da Anunciação.

E nisso vemos, como em tantos outros mistérios, revelada a virtude da Fé de Maria Santíssima. Dentre todas as criaturas humanas, não há outra que tenha recebido tão dura provada Fé, e isso será compreendido perfeitamente enquanto prosseguirmos em nossas meditações sobre os mistérios do Santo Rosário neste e nos próximos artigos.

O que devo destacar desde já é o contraste entre Maria Santíssima, Mãe de Deus e dos homens nascidos da vontade do Espírito, e Eva, mãe de todos os homens nascidos da vontade da carne. Sendo a Fé um tipo de conhecimento, que é o conhecimento do próprio Deus (nos limites daquilo que nos é possível enquanto privados da visão beatífica), temos que antes de tudo o que faltou à nossa primeira mãe foi Fé.

Eva, tendo sido avisada por Deus que haveria de morrer se provasse do fruto da árvore da ciência do bem e do mal, deu ouvidos à serpente infernal que lhe disse que não morreria se provasse do fruto, mas que seria como Deus, conhecedora do bem e do mal.

Veja que aquela árvore e aquele fruto se afiguravam como um mistério para Adão e Eva, mesmo com toda a inteligência que possuíam antes da queda. Tudo o que eles tinham era o mandamento que Deus havia lhes dado. Tinham, pois, de confiar em Deus. Essa confiança naquilo que por Deus foi revelado, apesar da deficiência da inteligência em compreender as coisas com perfeição, só é possível por meio da Fé. Mas a Fé exige de todos os homens aquele ato que é próprio da vontade. A luz da Fé ilumina a inteligência e convida a vontade, mas nunca se impõe de modo a anular aquilo que nos seres dotados de alma se chama liberdade de escolha. Há um “sim” por se dizer; há um “aceite”, sem o qual a Fé não produzirá seus efeitos.

Assim também acontece conosco. Lembro-me que há alguns anos eu não podia compreender coisas elementares que somos obrigados a crer por Fé, como, por exemplo, a proibição do sexo fora do matrimônio. Parece bobo, mas fato é que em meio a todos os meus amigos eu não podia encontrar alguém que me respondesse de modo satisfatório as razões de ser daquela proibição. Eu não enfrentava a autoridade da Igreja, tampouco argumentava como quem quer triunfar ao fim e ao cabo. Do contrário, considerava estar provavelmente errado, pois não era possível que homens tão santos e sábios não estivessem falando a verdade. Devo dizer-lhe, meu caro leitor, apenas para que você não se escandalize, que eu não era louco de na época aproximar-me dos Sacramentos da Igreja em tal condição. Deus já havia me infundido temor suficiente para que não cometesse tal sacrilégio.

Mas fato é que só pude compreender isso muito mais tarde, e quando já estava resolvido a viver a castidade independentemente de qualquer compreensão mais apurada por parte da inteligência. Creio que essa disposição de aceitar a castidade não precedeu a compreensão da proibição do sexo antes do casamento pelo acaso; era necessário que antes eu me dispusesse a crer e a viver segundo a verdade para que então eu pudesse compreender as razões de ser daquilo.

O dogma da Santíssima Trindade se me afigura como um mistério. Represento-o mais por meio da imaginação do que por meio do intelecto. Devo dizer com franqueza que a explicação padrão que é dada pelo Catecismo não me é suficiente para compreender tudo isso de modo cabal. Certo dia, estando eu perdido em minhas especulações a respeito desse mistério, fiquei angustiado. Pelo que me lembro, pedi a Deus a graça necessária para sempre crer em tudo aquilo que ensina a Santa Igreja, sobretudo na Santíssima Trindade. Aconteceu-me que um pouco depois, ainda no mesmo dia, tive a vontade de iniciar um curso de teologia que estava na gaveta há muito tempo. Creia-me, meu caro leitor, que essa vontade não surgiu de um raciocínio, como quem julga poder encontrar ali alguma resposta. Eu apenas senti aquela vontade. Tendo iniciado o curso, o professor disse que era necessário aprofundar-se muito na metafísica, a parte mais elevada da filosofia, para por meio dela compreender com mais clareza o maior mistério da Fé Católica, que era a Santíssima Trindade.

Bastou-me ouvir aqueles 3 ou 4 minutos de exposição para entender o que estava acontecendo. Não posso dizer hoje que tenha superado essa ignorância (até mesmo porque nunca mais retomei aquele curso), mas sei que Deus deu a compreensão desse mistério a muitos santos que alcançaram a perfeita união com Ele nessa vida. É o que Santa Teresa de Jesus relata no Livro da Vida. Eu acredito mais em Santa Teresa do que nos meus próprios raciocínios, que tantas vezes já me traíram e me encerraram em um abismo de tristezas.

O que quero dizer com isso é que a Fé exige esse assentimento da vontade, esse por assim dizer “querer crer” – coloco isso entre aspas para que você não pense que estou a ensinar uma das heresias do pobre Lutero. E isso muitas deverá ser feito em meio à escuridão do intelecto. Muitas vezes, tudo o que sobra para a pessoa é a firme confiança em Jesus Cristo, naquele homem que revelou aos seus discípulos a sua divindade. E o pior é que essa confiança é por vezes “mediata” (e devo colocar aspas aqui também), pois o que temos de imediato para crer é na Santa Igreja que diz de si mesma ter sido instituída por esse mesmo Jesus, e que tem por prova as boas obras que realizou nos últimos dois mil anos. E quais são essas boas obras? As almas que se santificaram e testemunharam o cumprimento das promessas que Cristo fez. Por vezes, meu caro irmão, é isso o que sobra. Sem a Graça do Espírito Santo, certamente abandonaríamos a Fé, pois ninguém pode confiar na loucura da linguagem da Cruz (para citar o Apóstolo) por suas próprias forças. Mas é necessário querer.

Por que nossa primeira mãe caiu? Porque não deu o seu assentimento. Acreditou na serpente. Desconfiou daquele que havia lhe dado a vida, daquele que só havia lhe mostrado bondade. Vivia em um paraíso. Ali não havia dor e sofrimento, e tudo estava disposto na mais perfeita ordem. Mesmo assim ela desconfiou. Aí vemos que erram aqueles que justificam a própria desconfiança por causa da maldade que existe no mundo.  Quem não está disposto a dar o passo da Fé, a ouvir o chamado de Deus que diz “Coragem! Eu, o Senhor, sou contigo!”, certamente desconfiaria do mesmo modo que nossa primeira mãe.

Maria Santíssima, ao contrário de Eva, creu. Crendo, recebeu a plenitude do Espírito Santo, que fez encarnar em seu seio o Divino Verbo. Sendo agora Mãe de Deus, é Mãe de todos aqueles que pelo poder do mesmo Espírito foram feitos filhos de Deus. Sendo Mãe de todos eles, os dizeres que a Ela foram dirigidos pelo anjo ecoam ao longo dos tempos para encontrar cada um deles: “O Senhor é contigo!”.

Eis o motivo pelo qual não podemos conceber a dificuldade pela qual foi provada a Fé de Maria Santíssima, desde o momento da anunciação até a Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo. Se pela prova de Fé a que foi submetida nossa primeira mãe toda a humanidade pereceu, era necessário que por outra prova de Fé a humanidade pudesse ser redimida. Sabemos que essa não foi a prova de Cristo, pois ele é Deus e conhece o Pai perfeitamente, unidos que estão na Divina Essência. Sendo assim, a Divina Majestade estabeleceu que outra criatura humana e não divina padecesse essa prova. Dependeria de seu assentimento e confiança em Deus a redenção da humanidade, pois sem isso o Verbo Eterno não haveria de se encarnar. 

Não é outro o motivo pelo qual os Evangelhos não fazem nenhuma menção de que Nosso Senhor Jesus Cristo tenha aparecido a sua Mãe Santíssima após a ressurreição. O evangelista que elenca por nome as mulheres que foram ao sepulcro na manhã de domingo deixa claro que lá não estava a Mãe de Jesus. Mas lá ela não estava porque disso não necessitava. Desde o primeiro instante sabia que o Cristo devia padecer na mão dos sumos sacerdotes e letrados, ser entregue aos pagãos para ser crucificado, e que ressuscitaria ao terceiro dia. Ainda que Deus tivesse resolvido não aparecer a nenhum dos outros discípulos, o mundo teria uma testemunha da ressurreição: Maria Santíssima. Naquele momento sublime e misterioso em que Cristo ressuscitou, tenho como piedosa crença que a Virgem Maria, recolhida em oração, sentiu como que um estremecer de suas próprias entranhas: Vivia a Carne de sua carne, o Sangue de seu sangue. Aleluia!

O Santo Rosário se torna assim a devoção daqueles que têm Fé, daqueles que a cada dia crescem nessa virtude sem a qual ninguém pode ver a Deus.

O Senhor está com Maria. Considere isso, meu caro irmão. O Senhor está com Maria e de um modo muito mais especial e sublime do que quando estava com o povo de Israel. Com Maria Santíssima, Deus não se valeu de juízes, reis ou profetas. O próprio Espírito Santo veio e gerou em seu seio o Verbo Eterno, Sabedoria encarnada, depositário de todos os mistérios da ciência divina. Agora o Senhor está com Maria pela mais magnífica união; está com Maria em repouso no seu ventre castíssimo. Tomando sua carne e seu sangue, fez para si um Corpo humano. Seja adorado para sempre em Corpo, Sangue, Alma e Divindade. Amém. 

Se quisermos, pois, que o Senhor esteja desse modo tão sublime também conosco, na medida do que nos é possível, aproximemo-nos da Virgem Mãe de Deus. Ela nos conduzirá à Sagrada Comunhão, na qual nos uniremos a Cristo e teremos o penhor da vida eterna, onde enfim felizes poderemos gozar por toda a eternidade livres de qualquer temor ou receio.

Que Deus abençoe a todos e ao apostolado Cooperadores da Verdade.

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