O plano de Maria para sua melhor Páscoa de todos os tempos

(Catholic Answers. Traduzido por Petter Martins)

“Ó Deus, que neste tempo concede a sua Igreja a graça de imitar devotamente a Bem-aventurada Virgem Maria ao contemplar a Paixão de Cristo, vos rogamos que, por sua intercessão, possamos nos apegar cada vez mais firmemente ao seu Filho Unigênito para finalmente chegarmos à plenitude de sua graça.”

— Coleta da Missa de Sexta-feira na Quinta Semana da Quaresma

Maria cuidará para que esta seja a melhor Semana Santa e Páscoa da sua vida.

“Como é?” você diz. “Com igrejas fechadas? Sem missas abertas ao público? Com confissões difíceis de encontrar? Sem Quinta-feira Santa, Sexta-feira Santa, Vigília da Páscoa? Sem missas no domingo de Páscoa? Certamente, será a pior Semana Santa e a Páscoa mais triste de todos os tempos.”

Pelo contrário, eu digo. Pela intercessão de Maria, “nos apegaremos com mais firmeza” a Jesus e receberemos a “plenitude de sua graça“. Ela se unirá a nós na contemplação dos mais profundos mistérios de seu filho, enquanto Ele passa sua dolorosa paixão.

Logo antes de sua paixão, Jesus ressuscitou São Lázaro, a quem Ele mais amava, dentre os mortos. Ele pretendia fazer isso. Considere por um momento com que intensidade Nosso Senhor esperou o instante de sua própria morte salvadora. E porque? Porque naquele momento, nem mesmo esperando sua ressurreição completa da tumba, sua alma santíssima e amorosa unida à sua divindade desceu entre os mortos e, por seu próprio poder, retirou do limbo os justos que morreram desde Adão.

Imagine o encontro com São José, São João Batista, com o Bom Ladrão, com todos os profetas e patriarcas de volta à sua primeira mãe, Eva; com todas as inúmeras almas eleitas que foram ao mesmo tempo libertadas! Ele lhes deu o que desejava lhes dar: salvação, isto é, a visão beatífica de seu rosto e do Pai e do Espírito Santo!

Nosso Senhor desejava descer entre os mortos; Ele ainda deseja ressuscitar os mortos, sempre para nos dar aos pobres pecadores a visão da bem-aventurança. Foi isso que o levou à Paixão. Ele suportou a cruz, diz São Paulo, “pela alegria que lhe fora proposta” — a alegria de compartilhar sua Eterna Alegria conosco.

Podemos passar esses últimos dias antes da Páscoa tendo “a mente de Cristo”, compartilhando sua intenção ao submeter-se a tudo o que precisava e ao estabelecer sua Igreja por sua morte salvadora e pelos sacramentos que nos unem a ela. Isso significa que nós também podemos descer entre os mortos, como professamos que Ele fez no Credo. Podemos libertá-los para que eles celebrem a Páscoa não na expectativa, mas no auge do céu.

Podemos não ser capazes de ir à Missa, adorar a Cruz, visitar o Altar na Quinta-Feira Santa ou andar com nossas palmas abençoadas, mas podemos pensar em nossos queridos mortos e descer entre eles diariamente e muitas vezes ao dia. Em seguida, celebraremos os mistérios da paixão e ressurreição do Senhor, como Ele fez, com seu desejo imediato e ardente de fazer o que Ele queria fazer primeiro e acima de tudo: conceder a plenitude da vida aos que estão nos sepulcros.

A vida de Maria tem um valor superabundante para compensar as debilidades e obter vida para os pecadores, assim como toda a companhia dos santos. É claro que eles têm mérito superabundante, porque estão unidos a Cristo, cujos méritos e amor são infinitos. Mas Ele quis que os seres humanos, começando por Maria, compartilhassem de sua obra pessoalmente. Assim, unidos a Ele, suas orações, obras de misericórdia e penitências têm valor expiatório. Além disso, eles podem dar o valor de sua satisfação amorosa àqueles que morreram, pagar a dívida de seus pecados e acelerar o caminho para o céu.

Agora temos acesso a esses méritos e satisfações superabundantes (mais que suficientes para todos) de Cristo, Nossa Senhora e dos Santos, através da prática das indulgências para os fiéis que partiram. Pense no enorme número de almas que serão purificadas antes de entrarem na plenitude da vida. Podemos acelerar o caminho para o céu, onde eles poderão orar por nós e obter-nos uma feliz e santa Páscoa. Então nossa intenção será como a do próprio Jesus, dando mais do que se recebe pelo bem das almas.

O que podemos fazer? 

Primeiro, devemos estar no estado de Graça. Se precisamos confessar, mas não conseguimos chegar lá, podemos fazer um ato de perfeita contrição. Isso significa apenas que dizermos a Deus sinceramente que sentimos muito por nossos pecados porque Ele é muito amoroso e porque o amamos, e que iremos confessar tão logo quanto pudermos. Então, podemos obter muitas indulgências parciais pelos mortos, simplesmente fazendo algumas das seguintes coisas:

  • Qualquer oração oferecida no decorrer do dia de trabalho, mesmo que apenas o nome de Jesus tenha dito com devoção.
  • Qualquer obra de misericórdia realizada por alguém em necessidade, e há muitas delas!
  • Qualquer pessoa que se negue, em espírito de penitência, algo que tenhamos permissão para comer, beber ou outros confortos.
  • Qualquer testemunho público da Fé, como fazer o sinal da cruz antes de iniciar uma tarefa ou usar uma cruz ou outra medalha sagrada – ou até uma camiseta com uma mensagem devocional.

Existem indulgências plenárias dadas pelo Santo Padre neste tempo de peste, como rezar o rosário, o terço da Divina Misericórdia, a Via-Sacra ou ler as escrituras por meia hora; basta adicionar pelo menos um Pai Nosso e Ave Maria pelas intenções do papa.

Com essas indulgências poderíamos estar constantemente trazendo almas para o céu, apenas fazendo as coisas que já devemos fazer como cristãos de qualquer maneira. É por isso que a Igreja nos dá este motivo extra, para nos ensinar a viver bem e amar o próximo através de obras de oração, misericórdia e penitência.

Este é o plano de Maria para a sua melhor Páscoa de todos os tempos: que você resgate inúmeras almas para Deus, além da melhor Páscoa de todos os tempos, até a felicidade do céu!

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