Tudo o que existe tem uma finalidade, e aquilo que não consegue mais cumprir essa finalidade parece não ter mais utilidade. Basta pensarmos em um copo quebrado e o destino que geralmente damos aos cacos.
No engenho humano, até mesmo cacos de vidro podem servir para alguma coisa (lembram aqueles antigos muros altos com cacos de vidro chumbados no topo?), mas devo dizer-te que o mesmo não ocorre com a alma humana.
Talvez consideres duras as palavras testosterone enanthate australia de Jesus quando diz que o sal, ao perder o sabor, para nada mais serve senão para ser lançado fora (Mt 5, 13), mas uma consideração mais profunda sobre o que é o ser humano é capaz de revelar que não é a dureza do coração de Jesus Cristo que o leva a dizer isso, mas sim o seu infinito amor.
Não podemos dizer que um copo quebrado é um copo infeliz, pois não há ali alma capaz da felicidade. Mas a alma humana que está impossibilitada de atingir a finalidade para a qual foi criada é certamente infeliz (e muito!). É isso que Nosso Senhor quer nos ensinar (dentre tantas outras coisas) por meio desses dizeres. Cristo quer nos elevar à consciência de que temos um propósito, e que fora desse propósito de nada serve nossa vida.
Já falamos um pouco no encontro passado qual é a finalidade de todo o homem, que é conhecer, amar e unir-se a Deus, e sobre isso pretendo me aprofundar em cada um de nossos encontros, pois quem perde de vistas o fim logo perde o passo do caminho.
Por certo que conheces a história da Alice, de Lewis Caroll. Em uma passagem emblemática, Alice pede ao Gato Ceshire que lhe diga o caminho que deve seguir. O gato lhe diz que a resposta depende em boa parte de onde Alice quer chegar. Alice declara não se importar para onde, ao que o gato sabiamente responde: “Então não importa qual caminho você vai seguir”.
Quando não sabemos o fim, o caminho a ser seguido é indiferente. Então, sempre tenhas vivo e presente o destino, sabendo que Deus não lhe chama para ser apenas uma alma salva. Nada disso! O Sangue de Cristo valeu muito mais do que o perdão dos pecados e a salvação das almas! Pense, meu irmão, e sem medo de errar, que o Sangue de Cristo lhe valeu a virtude de S. Francisco de Assis, Sto. Antônio de Pádua, Sto. Padre Pio de Pietrelcina, e então começarás a vislumbrar melhor o destino.
“Tudo bem, já entendi”, dizes-me. “Mas e o caminho?”.
É certo que precisamos constantemente avaliar o caminho, e esse é justamente o nosso objetivo desde o início. Mas antes de partimos para a prática, é necessário que reflitamos em uma verdade de suma importância.
Veja que o caminho pelo qual se forma um Sto. Padre Pio não é uma corrida de 100 metros rasos, mas uma grande e extenuante maratona. Tenho certeza que a maioria das pessoas, se convidadas a uma pequena corrida de 100 metros rasos, poderão fazê-la sem maiores prejuízos pela falta de condicionamento físico (só não posso garantir a vitória!), mas creio que a maioria que fizer o mesmo para correr uma grande maratona não terá a mesma sorte.
Não por acaso o Apóstolo compara a vida espiritual a uma grande corrida e a si mesmo como um atleta que corre para o prêmio. Esse símbolo nos é muito acessível até o presente.
Pare por um momento e imagine-se como um atleta de corrida que deverá disputar na maior olimpíada de todos os tempos. O que está em jogo nessa competição é muito mais do que a honra, o dinheiro e a fama. O resultado final da competição determinará se serás feliz ou miserável pelo resto da tua vida e o destino eterno da tua alma!
Que farias tu?
Por certo, iniciarias desde já todos os preparativos necessários para bem disputar a competição, e é certo que isso deixaria de ser somente mais um aspecto de tua vida. Do contrário, passaria a ser o fator que determina todo o resto.
Pois bem, devo-lhe dizer que já foste convocado para essa grande competição, e não há como dela fugir. Perdeste muito tempo, é verdade, mas a regra diz que se estás vivo há esperança, e essa regra não é humana, mas divina.
É necessário, pois, iniciar todos os preparativos para bem disputar essa competição, e isso envolve estudo, meditação, treino, exercícios, dietas, consultas regulares aos profissionais da saúde, um bom treinador etc. etc. etc. A esse preparativo chamaremos daqui em diante de plano de vida espiritual.
O plano de vida espiritual, nos dizeres do Pe. Francisco Faus, é a garantia que assegura de modo permanente a prática dos meios da vida interior. Que quer dizer com isso?
Quer dizer que se o atleta que busca a honra acorda todos os dias às cinco horas para tomar uma ducha fria, fazer o desjejum e iniciar uma corrida de aquecimento pelo bloco, aquele busca a coroa da glória eterna deve fazer o mesmo (e muito mais!).
Em nosso próximo encontro, vamos conversar melhor sobre o plano de vida espiritual. Deixo-te com as primeiras impressões, mas peço-te que, considerando o fim almejado, convenças a ti mesmo de que é necessário tomar um rumo certo. Como já dissemos, foste convocado para a grande maratona e não há como fugir.
O que posso garantir é que não se trata de nenhum bicho de sete cabeças, mas de pequenas práticas que devemos nos esforçar por inserir em nosso próprio cotidiano, até que formem verdadeiros hábitos sem os quais já não saberemos mais passar o dia.
Lembremos que o mesmo que disse que o sal sem sabor de nada serve também disse que seu fardo é leve e seu jugo é suave. Lembremos ainda que toda a suavidade e doçura encontramos na Santíssima Virgem Maria, que todas as graças nos pode alcançar junto a Jesus Cristo.
O que posso sugerir desde já? Que rezes ao menos uma Ave-Maria todos os dias ao despertar e ao dormir, pedindo à Mãezinha do Céu que lhe ajude a se preparar para a grande corrida de tua vida. Ela saberá o que fazer (Ela sempre sabe!).
Coragem!
Espero por você em nosso próximo encontro. Que Deus abençoe a todos e ao apostolado Cooperadores da Verdade.