A consulta aos astros
Todas as formas de adivinhação devem ser rejeitadas: recurso a Satanás ou aos demônios, evocação dos mortos ou outras práticas supostamente reveladoras do futuro. A consulta dos horóscopos, a astrologia, a quiromancia, a interpretação de presságios e de sortes, os fenómenos de vidência, o recurso aos “médiuns”, tudo isso encerra uma vontade de dominar o tempo, a história e, finalmente, os homens, ao mesmo tempo que é um desejo de conluio com os poderes ocultos. Todas essas práticas estão em contradição com a honra e o respeito, penetrados de temor amoroso, que devemos a Deus e só a Ele.
Catecismo, 2116
Taciano, o Assírio
120 – 172 D.C.
Com efeito, a configuração do círculo do zodíaco é obra de seus ‘deuses’ e a luz de um deles, quando predomina, triunfa sobre todos os outros, embora aquele que afora foi derrotado costume, depois, vencer. Mas os que se divertem com eles são os sete planetas, como aqueles que jogam os dados. Nós, porém, somos superiores ao destino e, ao invés de demônios errantes, reconhecemos um só Senhor inerrante, e aqueles de nós que são conduzidos pelo ‘destino’ rejeitaram aqueles que estabeleceram suas leis […] Portanto, como vou reconhecer o horóscopo do nascimento, quando vejo tais ‘administradores do destino [os demônios]?”
Endereçado aos Gregos, 8
Tertuliano de Cartago
160 – 225 D.C.
Dos astrólogos nem deveríamos falar, mas como noutro dia um deles me provocou, defendendo o seu direito de continuar nessa profissão, fixar-me-ei um momento nesse assunto. Deixemos de lado o fato de o astrólogo venerar ídolos, cujos nomes escreveu na abóbada celeste, atribuindo-lhes um poder que compete só a Deus, como também o fato de o povo pensar que não é preciso buscar Deus, achando que somos regidos pelas leis imutáveis das estrelas. Invoco este único argumento: quem introduziu essa curiosidade foram aqueles anjos que abandonaram a Deus a amaram as mulheres, motivo pelo qual Deus os condenou. A sentença divina, que se estende até a terra e é testemunhada inclusive por quem a ignora: os astrólogos são banidos como o foram esses anjos; Roma e Itália estão proibidas aos astrólogos como o céu àqueles anjos: a mesma pena de exílio cabe aos discípulos e mestres.
Idolatria, 9
Santo Hipólito de Roma
170 – 236 D.C.
Não seja apresentado à inquirição [da Igreja] o mago. Quanto ao feiticeiro, o astrólogo, o adivinho, o intérprete de sonhos, o charlatão, o falsário e o fabricante de amuletos, renunciem [às suas artes e práticas] ou sejam recusados [pela Igreja].
Tradição Apostólica
Lactâncio
240 – 320 D.C.
Cada um deles, na verdade, afirma que os demônios são os inimigos e assediadores dos homens, e por isso Trismegisto os chama de anjos maus […] Estes foram os inventores da astrologia e adivinhação, e aquelas produções que são chamadas de oráculos, e necromancia, e a arte da magia, e quaisquer outras práticas malignas que esses homens exerçam, seja abertamente ou em segredo.
Instituições Divinas 2:16–17
Santo Atanásio
296 – 373 D.C.
[Alguns hereges gnósticos] escreveram livros que chamam livros de mesa, que marcaram com estrelas, às quais deram os nomes dos Santos. Esses que escreveram tais livros em meio à verdade, atraíram sobre si uma reprovação dupla, porque se esmeraram numa ciência mentirosa e desprezível e desviaram, com ídéias maldosas, os ignorantes e os simples, da fé correta e estabelecida na verdade íntegra, sob a presença de Deus.
Carta 39, 1
São Basílio Magno
330 – 379 D.C.
Se os princípios de nossos atos não dependem de nosso poder, se são necessidades que derivam de Nosso nascimento, de que servem os legisladores que nos indicam o que devemos fazer e o que devemos evitar? Para que juízes que exaltam a virtude e denunciam o vício?
Examerão 6, 5
Santo Agostinho
354 – 430 D.C.
Para quem, então, devemos responder primeiro — aos hereges ou aos astrólogos? Pois ambos vêm da serpente e desejam corromper a virgindade de coração da Igreja, que ela mantém na fé não contaminada.
Homilias sobre João, 8:10