O que a Igreja Primitiva diz sobre Sucessão Apostólica?
Para que a missão confiada aos Apóstolos fosse continuada após sua morte, impuseram estes a seus cooperadores imediatos, como que por testamento, o múnus de completar e confirmar a obra iniciada por eles, recomendando-lhes que atendessem a todo o rebanho no qual o Espírito Santo os colocara para apascentar a Igreja de Deus.
Constituíram, pois, tais varões e, em seguida, ordenaram que, quando eles morressem, outros homens íntegros assumissem o seu ministério.
— CIC 861
São Clemente de Roma
35 — 99 d.C.
Também os nossos Apóstolos sabiam, por Nosso Senhor Jesus Cristo, que haveria contestações a respeito da dignidade episcopal. Por tal motivo, e como tivessem perfeito conhecimento do provir, estabeleceram os acima mencionados e deram, além disso, instruções no sentido de que, após a morte deles, outros homens comprovados lhes sucedessem em seu ministério. Os que assim foram instituídos por eles, ou mais tarde, por outros homens iminentes com a aprovação de toda a Igreja, e serviram de modo irrepreensível ao rebanho de Cristo com humildade pacífica e abnegadamente, recebendo por longo tempo e da parte de todos o testemunho favorável, não é justo, em nosso entender, que esses sejam depostos de seu ministério.
I Carta aos Coríntios 44, 1-3
Santo Ireneu de Lyon
130 — 202 d.C.
A tradição dos Apóstolos é manifesta no mundo inteiro. Basta observá-la em toda Igreja, por quem quer ver a verdade. Podemos enumerar os bispos que foram instituídos pelos Apóstolos e seus sucessores até nós. Eles nada ensinaram, nada conheceram que se assemelhe a essas loucuras (heresias).
Contra as Heresias 1, 3, 1
São Cipriano de Cartago
190 — 258 d.C.
Nosso Senhor, cujos preceitos e recomendações devemos observar, descrevendo a honra de um bispo e a ordem de Sua Igreja, falou no Evangelho, dizendo a Pedro: “Eu te digo que tu és Pedro, e sobre essa pedra edificarei a minha Igreja” […] Daí, através do passar dos tempos e sucessões, a ordem dos bispos e a hierarquia da Igreja permaneceu, de modo que a Igreja está fundamentada sobre os bispos, e cada ato da Igreja está controlado por aqueles mesmos administradores.
Epístola 26, 33
Orígenes de Alexandria
185 — 253 d.C.
“São muitos os que acreditam compreender a verdade de Cristo e alguns deles estão em oposição aos outros, mas está em vigor o ensinamento da Igreja transmitido pelos Apóstolos por ordem de sucessão e até hoje conservado nas Igrejas”.
Dos Princípios 1, Pref., 2
Eusébio de Cesaréia
265 — 339 d.C.
Relataremos os detalhes cronológicos e circuntanciais da sucessão dos apóstolos ao longo de nossa obra.
História Eclesiástica 3, 4
Santo Agostinho
354 — 430 d.C.
Se vamos considerar a ordem dos Bispos que se vão sucedendo, mais certa e consideradamente começaremos a contar desde Pedro, figura de toda a Igreja, a quem disse o Senhor: “sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (cf. Mt 16, 18).
A Pedro Sucedeu Lino, Clemente, Anacleto, Evaristo, Alexandre, Sisto, Telésforo, Higino, Aniceto, Pio, Sótero, Eleutério, Victor, Zeferino, Calisto, Urbano, Ponciano, Antero, Fabiano, Cornélio, Lúcio, Estêvão, Sisto, Dionísio, Félix, Eutiquiano, Caio, Marcelino, Marcelo, Eusébio, Miltíades, Silvestre, Marcos, Júlio, Libério, Dâmaso e Sirício, cujo sucessor é o presente bispo Anastácio.
Epístola 53, 1-2