As três intervenções que salvaram João Paulo II no atentado de 1981

João Paulo II sofreu um atentado por parte do turco Ali Agca em 13 de maio de 1981. E se salvou milagrosamente de uma morte certa. Circulou a história de que a Virgem de Fátima havia agido para desviar a bala, e que o próprio Pontífice a teria visto nesse momento.

Porém, há também uma história que envolve uma monja, a Irmã rita do Espírito Santo (Cristina Montella), que haveria desviado a bala, e a história da Beata Esperança que havia recebido uma hemorragia no aparelho digestivo para salvar o Papa. Neste artigo falaremos especialmente da história da Irmã Rita do Espírito Santo que faleceu em 1992. Também faremos menção à história da Beata Madre Esperanza, mística espanhola, que fundou uma congregação na Itália e faleceu em 1983.

A irmã Rita e Madre Esperanza são um compêndio da maioria dos dons místicos que recebem algumas almas eleitas, ambas almas irmãs gêmeas do Padre Pio.

A popular história de que a Virgem de Fátima salvou João Paulo II

Em 1981, quando João Paulo II percorria no papamóvel a Praça São Pedro, o turco Alí Agca sacou uma arma e disparou contra o Papa que caiu gravemente ferido. Esse atentado não acabou com a sua vida porque se disseminou a história de que a “mão materna” de Nossa Senhora de Fátima interveio para salvá-lo, e que ele a viu.

“Quando fui alcançado pela bala não me dei conta de que era o aniversário da aparição da Virgem às três crianças de Fátima”, disse São João Paulo II, e revelou que foi seu secretário pessoal quem lhe recordou posteriormente que era 13 de maio.

O que fez João Paulo II depois confirma essa história:

a) Enquanto se recuperava no hospital pediu toda a documentação sobre a Virgem de Fátima para ler o segredo;

b) Foi levada ao Papa em Castelgandolfo uma imagem de Nossa Senhora de Fátima;

c) Pediu que se construísse na Polônia uma pequena Igreja na fronteira com a União Soviética, onde foi colocada a imagem olhando para a Rússia;

d) Um ano depois do atentado, em 13 de Maio de 1982, João Paulo II viajou pela primeira vez à Fátima para agradecer à Virgem sua intervenção para a salvação de sua vida e o restabelecimento de sua saúde;

e) Um ano mais tarde, João Paulo II doou ao Santuário de Fátima a bala que extraíram e que agora está encaixada na auréola da coroa da imagem que preside o Santuário;

f) Em 8 de Dezembro de 1983, João Paulo II enviou uma carta aos bispos do mundo inteiro, incluindo ortodoxos, para que o apoiassem para consagrar a Rússia ao Coração de Maria, numa tentativa de cumprir o segundo segredo da Virgem, em que a Mãe de Deus pedia que se consagrasse a Rússia ao seu Imaculado Coração;

g) Dias depois, o Papa visitou na prisão Alí Agca, que lhe falou sobre Fátima: “Por que não morreu? Eu sei que apontei a arma como deveria e sei que a bala era devastadora e mortal. Por que então não morreu? Por que todos falam de Fátima?”, perguntou-lhe Alí Agca;

h) Em 25 de março de 1984, na Festa da Anunciação, João Paulo II consagrou todos os homens e povos à Maria Santíssima em união espiritual com os bispos do mundo inteiro;

i) Em 13 de maio de 2000 beatificou os outros videntes da Virgem de Fátima: Francisco e Jacinta Marto;

j) E em 26 de junho desse ano foi feita a publicação da “terceira parte” do Segredo de Fátima, sobre a qual o Cardeal Joseph Ratzinger (Papa Emérito Bento XVI), fez um comentário teológico a respeito da revelação que fala de “um Bispo vestido de branco que é morto defronte uma cruz”: “Não poderia o Santo Padre, quando, depois do atentado de 13 de maio de 1981, lhe foi levado o texto da terceira parte do ‘segredo’, reconhecer o seu próprio destino? Esteve muito próximo das portas da morte, e ele mesmo explicou ter se salvado com as seguintes palavras: ‘foi uma mão materna que guiou a trajetória da bala’, e o Papa agonizante estava no limiar da morte.” 

Vejamos agora a história da intervenção de Irmã Rita do Espírito Santo.

A intervenção da Irmã Rita

Cristina Montella (a futura Irmã Rita do Espírito Santo) nasceu em Cercola (Nápoles), em 3 de abril de 1920.

Certa vez, quando tinha apenas dois anos de idade, enquanto estava na casa de sua tia, onde havia uma imagem de São Geraldo Magela, um santo redentorista, viu a imagem ganhar vida e fugiu assustada. Vários dias depois, se encheu de coragem e se aproximou para ver novamente a foto. Desta vez, São Geraldo estendeu os braços para ela, abraçou-a e lhe disse: “Cristina, serás freira”.

Durante sua infância, continuou experimentando fenômenos místicos, como diálogos frequentes com o Menino Jesus, a Virgem Maria, e seu Anjo da Guarda. Seus amigos celestiais lhe disseram que não dissesse nada sobre esse assunto. Ela também era muito penitente: dormia no chão usando uma pedra como travesseiro.

O Padre Pio e os estigmas de Irmã Rita

Na idade de 14 anos, Irmã Rita do Espírito Santo conheceu pela primeira vez o Padre Pio na noite do dia 25 para 26 de agosto de 1934. Este lhe apareceu enquanto estava rezando. Ela nunca o havia visto antes, e por isso ele se apresentou dizendo: “Cristina, sou o Padre Pio”, e começou a chamá-la de “bambina”, não por sua idade, mas por sua inocência. O padre Francesco D’Anastacio, sacerdote passionista, escreve: “Em 14 de setembro de 1935 (quase um ano depois da aparição do Padre Pio, às 2:00 horas da madrugada, a moça de 15 anos estava rezando como sempre em sua cama. De repente, o céu se abriu para ela. Viu Jesus vivo na cruz com raios que saíam de suas chagas. Perto Dele, estavam a Virgem Maria, São José e o Padre Pio.

Já em 1976, recebeu os estigmas. Recorda-se que Jesus lhe perguntou se queria sentir a dor de suas chagas, e ela disse que sim. Nesse momento, os rais de luz das feridas de Jesus penetraram em suas mãos, pés e lado e começaram a sangrar. No dia seguinte, dirigiu-se ao Santuário de La Madonna dell’Arco pedir conselho a um sacerdote. Ela encontrou um jovem sacerdote passionista recém-ordenado chamado Padre Paolo Guida, a quem contou o que havia acontecido. Ele lhe disse para rezar diante de uma imagem da Virgem Maria e pedir-lhe a graça de Jesus retirar seus estigmas. A irmã Rita fez o que ele pediu, e ante o assombro do Padre Paolo, sua oração foi respondida imediatamente e os estigmas desapareceram.

No entanto, a dor e a ferida em seu lado se mantiveram até o final da sua vida.

Livra seu pai do purgatório

Nesse momento ela desejava muito entrar na clausura, mas seu pai era contra.

Em 10 de janeiro de 1940, seu pai, Luigi Montella, sofreu um derrame cerebral, e morreu recorrendo a Nossa Senhora do Monte Carmelo. Cristina disse mais adiante: “O Senhor levou meu pai porque se opunha à minha vocação para entrar na clausura”. Ela também revelou: “Nos dias que seguiram sua morte, eu rezava incessantemente por sua alma. No sétimo dia, Jesus me concedeu a graça de livrá-lo do purgatório. Abraçou-me, beijou-me, e logo entrou com Jesus no céu.

Cristina entra no convento

Em 10 de agosto de 1940 entrou na clausura das irmãs agostinianas de Santa Croce sull‘ Arno (Pisa, Itália), onde permaneceu cinquenta e um anos até a sua morte em 26 de novembro de 1992. Realizou diversos trabalhos nesse período, como cozinheira, enfermeira, sacristã, costureira e contadora.

De início, Cristina ia rezar a “Hora Santa” todas as noites às onze em ponto na capela detrás da sacristia, a fim de estar próxima do Santíssimo Sacramento. Ali, Padre Pio se juntava a ela e também rezava junto com dois pares de anjos que sustentavam seus braços para cima.

Depois de dois ou três meses fazendo isso, decidiu celebrar a “Hora Santa em seu quarto, já que era mais privado.

Cristina tinha muitos dons extraordinários, como ver seu Anjo da Guarda, dom de profecia, leitura dos corações e bilocação. Também tinha o raro dom de acompanhar as almas ao paraíso, aquelas em cujo nome havia sofrido as penas do purgatório. Durante os últimos anos de sua vida, nutriu-se exclusivamente da Eucaristia, que frequentemente recebia diretamente da chaga do lado de Jesus. 

Visitas ao Cardeal Mindzenty na prisão por bilocação

Ela ia frequentemente em bilocação, junto com Padre Pio a Budapeste para consolar o Cardeal Mindszenty na prisão, e para visitar outras vítimas do governo soviético. O seguinte trecho é de uma conversa que o Padre Franco D’Anastasio Franco teve com Rita:

– É verdade que você esteve presente quando condenaram o cardeal? O que disse?

– Eu estava ali e lhes disse que ao fazer isso eles iriam para o inferno. Um deles me disse que não se importava de ir para o inferno.

– Você estava vestida como freira?

– Não, estava como uma senhora da cidade.

– O Padre Pio costumava ir com você visitar o Cardeal?

– Sim, frequentemente.

Porém há mais que isso: a Irmã Cherubina Fascia, que era filha espiritual de Padre Pio, disse o seguinte sobre a abadessa do convento de Irmã Rita, abadessa Matilde:

“Um dia a Irmã Rita veio ao meu quarto, e me disse que o Padre Pio lhe pediu que o acompanhasse para visitar o Cardeal Mindszenty na prisão, a fim de levar o que ele necessitava para celebrar a Santa Missa. Eu lhe respondi sim, se ela queria minha permissão. Também lhe perguntei quando teria que ir, e ela rapidamente respondeu: ‘amanhã, pela noite’. Por sua vez, disse-lhe: ‘pegue tudo que precisa e ponha em meu quarto de antemão. Quando chegar o momento de ir, venha ao meu quarto para pegar as coisas, e então pode ir’.

Ela fez o que foi dito. Em meu quarto, que havia trancado com chave, esperei enquanto rezava, e meu coração batia muito rápido. Em dado momento, ouvi uma batida e lhe disse: ‘entra’. Apesar de a porta estar trancada com a chave, ela entrou, pegou o que precisava da mesa e se pôs a sair. Enquanto ela ia, tentei segui-la já que a porta estava aberta. Num instante, desapareceu diante dos meus próprios olhos.

Fui rapidamente ao seu quarto para ver se seu corpo estava ali, e ela estava na cama. Então, voltei ao meu e encontrei a porta trancada. Tive que usar minha chave para entrar e tranquei mais uma vez. Continuei rezando e esperando a Irmã Rita, que, depois de certo tempo, regressou exatamente da mesma maneira. Ela chamou, entrou através da porta trancada com chave, colocou tudo na mesa e disse ‘boa noite’.”

No mosteiro de Santa Croce Sull’Arno

Em outubro de 1941, um sacerdote chamado Giuntini chegou ao mosteiro e disse à Irmã Rita que, se queria tomar o hábito, teria que pedir a Jesus para curá-la. Ela obedeceu e foi curada imediatamente.

Ela professou seus votos temporários às 9:00 horas da manhã do dia 27 de abril de 1942, quando foi investida com o hábito agostiniano e recebeu o nome religioso de “Rita”. Mais tarde, nesse mesmo dia, ela experimentou o casamento místico com Jesus. Enquanto isso acontecia, Jesus lhe mostrou seu futuro diretor espiritual, o Padre Teófilo dal Pozzo, capuchinho. Ele se tornou seu diretor cinco anos mais tarde. A Irmã Rita realizou sua profissão perpétua em 23 de maio de 1946.

Em Missão com o Padre Pio durante a Segunda Guerra Mundial

Durante a Segunda Guerra Mundial, a Irmã Rita visitava frequentemente soldados em perigo junto com Padre Pio. Suas visitas eram “em voo” (em bilocação). 

Um dos ajudados foi Afonso Montella, o irmão da irmã Rita que foi prisioneiro na Grécia.

Ela disse ao Padre D’Anastácio: “Afonso foi feito prisioneiro pelos gregos. Durante um bombardeio que ocorreu em março de 1943, foi golpeado na cabeça. Nós (o Padre Pio e ela), vimos partes de seu cérebro espalhados por todas as partes”. O Padre D’Anastácio lhe perguntou se ela havia acompanhado seu irmão ao céu como fez com seu pai, e ela respondeu: “Sim, o Senhor o recebeu no mesmo dia de sua morte no paraíso”.

Ela disse que foi muitas vezes, junto com Padre Pio, ajudar os soldados em perigo, levando auxílio humanitário. 

“Uma vez”, ela disse, “fomos a um campo de concentração na Alemanha. Os guardas pensaram que éramos espiões e dispararam contra nós, mas os disparos não nos causaram ferimentos”.

Sob investigação

Frei Teófilo estava muito impressionado com as experiências espirituais de Irmã Rita, especialmente com o Padre Pio, com quem revivia a Paixão de Cristo e foi em bilocação em missões no mundo inteiro.

Por isso, ordenou-lhe que escrevesse tudo em cadernos. Seu diretor espiritual leu 154 cadernos (cento e cinquenta e quatro) escritos por Irmã Rita. Eles também foram lidos pela abadessa Matilde Gazzarini e algumas outras monjas de confiança do convento. Frei Teófilo estava convencido da autenticidade de seus dons e queria o parecer de outros.

O Padre Pio já lhe havia dado uma opinião positiva sobre a Irmã Rita quando falou com ele.

Aconteceu também que o Padre Giovanni da Baggio a examinou. Ele a colocou em prova, pois queria saber se ela realmente se encontrava com o Padre Pio em sua cela. Em 1949, Padre Giovanni simplesmente pediu a Irmã Rita que desse ao Padre Pio um livro que assinado por ele. Alguns meses mais tarde, o Padre Giovanni foi a San Giovanni Rotondo para visitar o Padre Pio. Já havia esquecido do livro, mas, quando estava prestes a sair, o Padre Pio, com seu característico senso de humor, lhe disse: “Reverendo Padre, este livro é seu, mas não se deve fazer piadas como essas.”

No outono de 1949, iniciaram-se as avaliações médicas e psiquiátricas da Irmã Rita que durariam 7 (sete) meses. Os exames médicos não podiam explicar as razões de seus sintomas, como enxaquecas, vômitos e insônia. O exame psiquiátrico também constatou que era normal. Não houve nenhuma informação médica sobre os estigmas, já que, à exceção de sua ferida nas costas, estavam escondidos. Já a ferida nas costas desaparecia quando ela estava sendo examinada.

A Irmã Rita tinha o dom místico da abstinência de todo e qualquer alimento, ou “anorexia mística”, no qual se alimentava exclusivamente da Eucaristia. Ela não podia manter alimentos no estômago.

Nos anos 70 (setenta), foi-lhe ordenado que comesse um pouco todos os dias, e ela obedeceu, o que lhe gerou um grande sofrimento, pois ficava doente e tinha que vomitar. Seu anjo da guarda limpava suas lágrimas e lhe dizia: “Pobre menina. Que penitência!”, e Nossa Senhora lhe disse: “Isso acontece porque seu corpo não precisa mais de alimento”. Não dormia bem, porém conseguia continuar trabalhando na cozinha e na enfermaria. Também sofria de hipertermia, outra enfermidade mística, em que a temperatura corporal alcança uma febre muito alta. Tinha febres de 52 ºC.

Os experimentos realizados nela pioraram sua débil saúde, e em 1949, foi enviada por alguns dias para uma clínica de Florença para investigação.

Em outra de uma das cartas de uma Irmã chamada Eleonora, esta escreve sobre a “enfermidade mística”: “Na outra noite, o Padre Pio e o anjo vieram arrumar sua cama, dando uma boa lição a nossas enfermeiras que haviam esquecido de fazê-lo. Nesta manhã, o sacerdote lhe trouxe a comunhão depois de quatro dias de jejum, mas na realidade havia recebido a Santa Comunhão todas as manhãs do seu Anjo da Guarda ou do próprio Jesus”.

Histórias de intervenções sobrenaturais

(La Voz De Santa Maria. Traduzido por Andressa Rocha) Existem relatos que tratam dos “voos” com as almas do purgatório e com os que estão no céu. 

Certa vez ela foi vista em Nápoles. A abadessa lhe perguntou: “por quê?”, e ela respondeu: “Eu estava dando pão a um menino que não havia comido há dois dias, porque estava gritando. Oh, como gritava! Jesus me levou até lá.”

Tinha o dom da profecia e de prever alguns acontecimentos futuros. Ela profetizou o terremoto que aconteceu em Ancona, no dia 13 de junho de 1972.

Irmã Paola Caciari do Instituto das Filhas da Imaculada Conceição tinha uma irmã, Giovanna, que vivia em Ancona.

A Irmã Rita disse a Giovanna que saísse de Ancona para Bolonha, especificando que ela e sua família deveriam estar fora de Ancona antes de 13 de junho, antes da noite. Nesta noite houve um grande terremoto que deteriorou o edifício onde morava Giovanna.

Irmã Rita sabia que seu diretor espiritual, o Padre Teófilo, ia cair em uma profunda vala de doze metros, como vingança de Satanás pela nova vocação que o Padre e Irmã haviam conseguido para o mosteiro.

O sacerdote estava caminhando na rua depois de visitar um convento. De repente, a Irmã Rita apareceu em bilocação no momento em que o sacerdote caiu na vala, machucando a cabeça e as costas. Ele não morreu porque Irmã Rita o resgatou, e os óculos e os ovos que levava sequer quebraram. Ele, ferido, foi acompanhado até sua casa pela Irmã Rita, que estava invisível. Ele sentiu que alguém o segurava, e sentiu também o perfume místico que ela exalava. Posteriormente, a Madre Superiora perguntou depois à Irmã Rita se era verdade que ela o havia ajudado. Ela respondeu: “Veja você, meu hábito está todo sujo de barro”.

Ela também pediu a Deus que a deixasse carregar um pouco do sofrimento do sacerdote depois da queda. Obteve seu pedido, e sofreu por um tempo até que a dor desapareceu de repente. Como o Padre Pio, sua presença se detectava com frequência pelo cheiro de violetas. Às vezes, Padre Teófilo lhe pedia para abrir as mãos diante de visitantes para que o perfume de violetas se tornasse mais forte.

Salva João Paulo II

Padre D’Anastácio menciona em seu livro sobre a Irmã Rita a bilocação a Roma em 13 de maio de 1981, a fim de ajudar João Paulo II no dia em que ele seria assassinado. Segundo informações, Ali Agca declarou que no momento do disparo, uma monja havia desviado seu curso.

O diário italiano “Il Corriere della Sera” de 8 de maio de 1991 um artigo que indica que a trajetória da bala havia sido desviada, do contrário, o disparo serial letal. A Irmã Rita revelou ao Padre D’Anastácio que havia estado ali junto da Virgem Maria.

Com o Padre Pio

Anos antes, Irmã Rita ajudou o Padre Pio em bilocação durante sua agonia, em 23 de setembro de 1968. Disse que no momento de seu falecimento, a Virgem Maria, São Francisco e Santa Clara estavam ali também. Ela sofreu ao ver os médicos tentando reanimá-lo e disse: “Deveriam tê-lo deixado morrer em paz”. Era sabido que Padre Pio continuava visitando Irmã Rita depois de sua morte.

Durante os anos 70, o Padre D’Anastácio se reuniu com Frei Pancrácio Poli, o ex-provincial dos capuchinhos de Toscana. Ele queria que a Irmã Rita perguntasse ao Padre Pio como o estigma desapareceu quando ele morreu. Esta é a resposta da Irmã, datada de 09 de outubro de 1976: “Querido Padre Pancrácio, perguntaste ao Padre Pio porque ele não tinha os estigmas quando morreu. Ele respondeu: ‘Quem quer saber?’, e lhe respondi ‘Padre Pancrácio’. Ele sorriu e acrescentou: ‘Diz a Ele que eu mesmo pedi a Jesus essa graça’.”

Seus últimos anos de vida e sua morte

Em 1980, a Irmã foi diagnosticada com um tumor cerebral benigno. Dois anos depois caiu da escada e seu braço esquerdo se rompeu. A partir disso, sua saúde se deteriorou. Ela tinha problemas de coração, suas pernas eram muito frágeis e tinha diversas dores. Passou a maior parte da década de 1980 com sofrimentos físicos duradouros. Disse ao seu sobrinho, Arcangelo Aurino, que não chegaria ao jubileu (50 anos) de sua profissão religiosa (28 de abril de 1993).

Em setembro de 1992, sua saúde piorou até o dia de seu falecimento, em 26 de novembro.

Às 13 horas, a abadessa a encontrou prostrada e em sofrimento e lhe preparou um pouco de café, ao qual ela teve uma reação terrível. Vomitou tão violamente que caiu no chão. Quando a abadessa retornou, encontrou a Irmã Rita de joelhos enquanto se agarrava à sua cama, com o olhar fixo em uma pintura de São Miguel. Faleceu 01:30 da madrugada de 26 de novembro de 1992.

Foi sepultada inicialmente num cemitério de Florença, porém, no décimo aniversário de sua morte, seus restos foram transladados para o seu mosteiro e foi colocado na parte detrás do altar de sua Igreja.

Seu lema foi: Para Jesus, tudo que fazemos é muito pouco.

Oração para pedir a intercessão de Irmã Rita do Espírito Santo

Ó Senhor, nosso Deus, que chamaste a Irmã Rita do Espírito Santo para a plena realização da sua consagração batismal, dedicando-se totalmente a Ti na vida contemplativa agostiniana, para encontrar-Te e ajudar a Igreja. Tu, ó Pai, fizeste brilhar através dela os carismas. Tu lhe deste o rosto de Cristo, tornando-o visível para os homens e mulheres de nosso tempo. Com a tua ajuda, ela assumiu os problemas dos irmãos, levando no corpo o sofrimento de Cristo e tornando-se, pela humilde oração, sinal e testemunho do seu amor. Ouvi a nossa oração: digngnai-Vos a glorificá-la agora na terra e, por sua intercessão, dai-nos a graça que te pedimos com fé. Amém.

Pai Nosso, Ave-Maria e Glória.

Com a aprovação eclesiástica da Diocese de San Miniato

A história que envolve a Madre de Esperança de Jesus

Uma história que se conhece menos é a da Madre Esperança de Jesus, Maria Josefa Alhama Valera, beatificada em 2014 pelo Papa Francisco. Essa religiosa espanhola, falecida em 1983, vivia em Collevalenza, Itália, no convento da Congregação das Escravas do Amor Misericordioso, ordem da qual era fundadora. Ela se considerava uma alma gêmea do Padre Pio.

Teve dons místicos semelhantes ao Padre Pio: os estigmas da Paixão de Cristo nas mãos, pés e nas costas por mais de cinquenta anos, dom de bilocação e da leitura das almas, de profecias e curas milagrosas, e também sofreu uma grande perseguição dentro da Igreja como o santo de Pieltrecina. Inclusive se testemunha que multiplicava comida para alimentar mais de três mil pessoas em Roma durante a Segunda Guerra Mundial, e transformou água em vinho, como Nosso Senhor Jesus Cristo.

Na positio para sua beatificação, encontra-se o testemunho que aconteceu em 13 de maio de 1981, relatado pela Madre Amada Pérez, mas testemunhado por outros presentes.

Na madrugada de 13 de maio de 1981, Madre Esperança começou a sangrar abundantemente do estômago, ao ponto de encharcar três ou quatro toalhas, e as gotas de sangue que delas caíam se acumulavam no piso. Sua camisola, o lençol, a capa e o colchão estavam absolutamente molhados de sangue.

Então, as irmãs chamaram o Dr. Bacarrelli que era seu médico, e ele recomendou que imediatamente fosse feita uma transfusão de sangue. Quando as irmãs estavam se preparando para doar sangue, a análise de Madre Esperança para determinar o seu tipo sanguíneo comprovou que seus glóbulos vermelhos estavam completamente normais e não houve necessidade da transfusão. 

Porém, isso aconteceu no mesmo momento em que veio a notícia que o Papa havia sofrido um atentado e havia sobrevivido.

O exorcista Giovanni Ferroti, também filho do Amor Misericordioso, sustenta que a doença e as hemorragias de Madre Esperança estavam relacionadas com a ferida que sofreu João Paulo II, como se ela houvesse padecido as consequências dos disparos de Ali Agca para salvar a vida do Papa.

A Madre Esperança tinha uma forte ligação com João Paulo II.

Quando Karol Wojtyla era Arcebispo de Cracóvia, visitou em 1964 a Madre em Collevalenza, para obter a chave para desbloquear o processo de beatificação de Irmã Faustina Kowaslka. Chegou a ela por indicação do Padre Pio, ela lhe deu as chaves para o desbloqueio da beatificação de Kowalska.

Era comum que Padre Pio enviasse almas a Madre Esperança e vice-versa, e há relatos de que ambos foram vistos durante um ano inteiro em bilocação no Santo Ofício.

Também tinha um contato permanente com São Josemaria Escrivá de Balaguer, que residia na mesma rua que ela e a visitava frequentemente para consolá-la por conta da perseguição dentro da Igreja.

Outro feito que a tornou conhecida é que foi visitada por Jacqueline Kennedy, levada ali pelo embaixador da Espanha na Santa Sé, para que a consolasse pelo intenso sofrimento pelo assassinato de seu esposo.

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