Compreender toda a complexidade da moralidade não é um trabalho simples como pode parecer. Em primeiro lugar, precisamos lidar com o significado de moral; o ser humano é uma tarefa a cumprir, nascemos humanos, mas precisamos construir nossa humanidade ao longo dos anos. Os pontos objetivos e subjetivos de nossas questões dados pela racionalidade, nos diferenciam de todos os seres e de todas as raças; nenhum outro animal se questiona sobre suas ações, escolhas e sentimentos.
Compreendendo isso, precisamos saber que existem coisas que nos tornam mais como seres humanos e coisas que nos destroem como seres humanos. É nesse momento que entra o ponto da moralidade.
Tudo o que nos realiza, de uma forma que está conectada com a virtude humana natural, é moralmente bom; e o que nos destrói ou rompe com a natureza da virtude humana é moralmente mau.
A moral admite que haja uma objetividade de acordo com a natureza do projeto humano virtuoso, que só pode ser compreendida pela fé e pela razão natural. Mas mesmo a fé, que não é um sentimento, precisa ser escolhida, muitas vezes precisa ser filtrada por nossa decisão de segui-la e aceitá-la mesmo com todas as inclinações opostas. A moral é baseada na lei natural, que se expressa, e que é governada pela Verdade, pelo Logos divino, e que não poderia ser de outra forma.
O livre-arbítrio nos dá a capacidade de cometer atrocidades, de destruir o que somos ou de ser caridosos e gentis como os santos, e é por isso que a moralidade nunca poderia ser espontaneamente expressa. Embora seja intuitivamente evidente, é um conhecimento passivo de ser rejeitado. Por isso não importa o quanto a consideremos natural, temos uma corrupção íntima no nosso ser que faz com que a moralidade, como todas as coisas boas, precise ser escolhida por nós, até o dia de nossa morte.