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Como estudar patrística e patrologia?

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Ainda que, segundo a opinião de alguns, pareça tratar-se de uma só e mesma área de estudo, a Patrologia e a Patrística possuem âmbitos bem determinados.

A Patrística ocupa-se do pensamento teológico dos Santos Padres, ao passo que a Patrologia tem por objeto suas vidas e seus escritos. Assim, enquanto a primeira possui um caráter doutrinal e teológico, a segunda move-se mais no contexto histórico e na informação bibliográfica e literária. Ambas, é importante frisar, distinguem-se da Literatura Cristã Antiga, que se ocupa apenas dos aspectos estilísticos e filológicos dos escritores cristãos da antiguidade.

Patrologia

O criador do termo Patrologia foi o luterano J. Gerhard (+ 1637), na sua obra póstuma «Patrologia sive de primitivae ecclesiae christianae doctorum vita ac lucubrationibus oposculum», de 1653. Foi cunhado no contexto apologético da Reforma Protestante, com o objetivo de apelar para o testemunho dos Padres da Igreja para justificar as ideias discutidas pelos reformadores.

Tratando-se de uma disciplina de caráter eminentemente histórico, as principais funções da Patrologia são:

  • Dar a conhecer a vida e a formação dos Santos Padres da Igreja e demais escritores eclesiásticos, considerando o contexto que originou a composição das suas obras;
  • Estabelecer a lista dos escritos, distinguindo os verdadeiros dos falsos;
  • Apreciar o caráter e a importância das suas obras;
  • Expor os aspectos doutrinais mais importantes.

Patrística

O termo Patrística é, na verdade, um adjetivo à Teologia. Foi cunhado também no século XVII com o objetivo subdividir a Teologia em «bíblica, patrística, escolástica, simbólica e especulativa».

Assim, a Teologia Patrística tem por finalidade aprofundar com fidelidade o pensamento dos Padres da Igreja para então participar da compreensão que eles alcançaram dos mistérios da fé cristã. Não se trata de uma mera sistematização, mas de uma verdadeira teologia, uma vez que procura compreender o mistério revelado e o desígnio de Deus, tendo como fonte e guia os Padres da Igreja.

Além disso, o termo Patrística denomina também a época dos Santos Padres da Igreja, que culminou no século VI, no Ocidente, com Santo Isidoro de Sevilha e no Oriente, no século VIII, com São João Damasceno. Foram oito séculos riquíssimos em reflexão teológica, constituindo, por isso, o “pilar” da construção teológica posterior.

Os Principais Santos Padres da Igreja

Os Santos Padres geralmente são agrupados segundo sua origem (Padres latinos e Padres gregos) e segundo a época em que viveram; neste caso temos três grandes grupos: os que viveram entre as primeiras comunidades cristãs (até o ano de 313), a seguinte geração (até a metade do século V) e os que viveram posteriormente (até o século VIII).

Primeira fase

Nesta primeira fase, temos os Padres Apologistas Gregos e os mestres da Escola de Alexandria. Entre os principais, encontramos: Santo Inácio de Antioquia, São Policarpo de Esmirna, São Justino Mártir, Santo Irineu de Lyon, Tertuliano, São Cipriano de Cartago, São Clemente de Alexandria e Orígenes.

Segunda fase

A segunda fase desenvolve-se entre o Concílio de Niceia (325) e o de Calcedônia (451); é considerada o século de ouro dos Padres da Igreja. Com o crescimento dos cristãos depois que as perseguições cessaram, surgiram também as grandes heresias, diante delas, muitos Padres da Igreja fizeram valiosas defesas da fé cristã e esclareceram os dogmas trinitários e cristológicos; entre eles: Santo Agostinho de Hipona, Santo Hipólito, São Gregório Taumaturgo, Júlio o Africano, Dionísio o Grande, Santo Atanásio, Teodoro da Síria, São João Crisóstomo, São Gregório de Nissa e São Jerônimo.

Terceira fase

Os Padres desta terceira fase viveram o desmoronamento político da metade ocidental do império romano seguido pelas invasões islâmicas. Alguns escritores aplicam a doutrina dos grandes Padres anteriores a novas realidades, como a entrada dos povos de origem germânica na atual Europa. Entre os principais, pode-se enumerar: São Gregório Magno, São Fulgêncio, Máximo de Turim, Boécio, Casiodoro, São Vicente de Lerins, São Martinho de Braga, Santo Ildefonso de Toledo e Santo Isidoro de Sevilha, no Ocidente; e Pseudo-Dionísio Areopagita, Romano o Cantor, São Máximo o Confessor, Severo de Antioquia, André de Creta, Germano de Constantinopla, Mesrop, Tiago de Sarug e São João Damasceno, no Oriente.

A “Instrução sobre o estudo dos Padres da Igreja na Formação Sacerdotal”, produzida pela Congregação para a Educação Católica, destaca que o estudo da Patrística “é exemplo de uma teologia unificada, vivida e amadurecida em contato com os problemas do ministério pastoral; é um ótimo modelo de catequese, fonte para o conhecimento da Sagrada Escritura e da Tradição, assim como do homem total e da verdadeira identidade cristã”.

Por onde começar a estudar Patrística e Patrologia?

Há inúmeras obras — tanto na Patrologia quanto na Patrística — que nos dão uma boa noção introdutória do assunto, o que é quase indispensável de se adquirir antes de encarar a leitura de cada obra nua e crua.

Dentre elas, poderíamos citar:

Patrística Pré-Nicena, por Geraldo Lopes (Edições Paulinas)
Dicionário de Literatura Patrística, por Angelo di Berardino (Ave-Maria)
História da Filosofia Cristã, por Etienne Gilson (Editora Vozes)

Você também pode adquirir a Coleção Patrística Completa da Editora Paulus, com 46 Volumes.

Que tal um curso?

Para facilitar ainda mais o “caminho das pedras” no estudo da Patrística e Patrologia, o prof. Rafael Brodbeck lançou um curso incrível de Introdução à Patrística e à Patrologia.

O curso é dividido em 10 Módulos e cada um deles versa sobre uma fase específica do período Patrístico, expondo os principais acontecimentos e o pensamento dos principais Santos Padres. Veja abaixo alguns detalhes:

Módulo I: Grandes linhas sobre o tema;
Módulo II: Padres Apostólicos;
Módulo III: As duas grandes escolas de exegese;
Módulo IV: Padres Apologistas;
Módulo V: Gnosticismo e outras heresias do séc. II e os seus adversários;
Módulo VI: Outros escritores antenicenos;
Módulo VII: Patrística africana e romana do séc. III
Módulo VIII: O período das grandes heresias;
Módulo IX: O apogeu da literatura patrística;
Módulo X: Decadência da literatura patrística.

Os módulos têm entre 2 e 16 aulas e o tempo de duração destas aulas pode chegar até 30 minutos — a maioria delas tem algo entre 12 e 20 minutos.

O curso Introdução à Patrística e à Patrologia vale a pena?

Todo o investimento ainda é pouco, tamanha a riqueza do que é exposto nestas aulas do professor Brodbeck — que ainda continuam a ser gravadas até a data deste post.

Certamente não haverá nenhum livro ou qualquer outra obra no Brasil com um conteúdo tão abrangente que possa se equiparar com o que é exposto neste curso. Ou seja: Vale muito a pena!

Você pode parcelar o pagamento em até 12x; O conteúdo é acessível pelo Computador, Tablet ou Smartphone; Uma vez que você fez a compra, o curso ficará disponível para sempre e; A Plataforma onde o curso está hospedado dá garantia de 07 dias para desistência caso se arrependa de tê-lo adquirido. A compra é 100% segura.

Patrística

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