Cristianismo Primitivo: Deuterocanônicos do AT

Deuterocanônicos do Antigo Testamento

Os livros deuterocanônicos do Antigo Testamento, como Tobias, Judite, I e II Macabeus, Sabedoria, Eclesiástico, Baruque e adições aos livros de Ester e Daniel, foram escritos originalmente em grego e não foram unanimemente recebidos e reconhecidos como divinamente inspirados pela Igreja primitiva. No entanto, esses escritos foram utilizados por muitos cristãos, especialmente nas igrejas mais importantes, até que puderam finalmente receber o reconhecimento oficial da Igreja no Concílio de Roma, em 382, quando foi elaborada a primeira lista oficial da Igreja com todos os livros bíblicos do Antigo e Novo Testamentos.

São Clemente de Roma

35 – 97 D.C.

Cada qual andando segundo os desejos de seu coração perverso, admitindo em si um ciúme injusto e impio, ciúme que aliás gerou a morte para o mundo (cf. Sb. 2, 24).

1ª Carta aos Coríntios 3, 4

Didaqué

60 – 90 D.C.

Você não deve vacilar em relação às suas decisões (cf. Eclo. 1, 28). Não seja alguém que estende as mãos para receber, mas as retira quando se trata de dar (cf. Eclo. 4, 31)

4, 5

Carta de Barnabé

70 – 132 D.C.

Visto que, portanto, [Cristo] estava prestes a manifestar seu sofrimento na carne, este mesmo sofrimento foi prenunciado. Pois o profeta fala contra o mal: “Ai deles, porque causam dano a si mesmos.” (Is 3, 9) Cerquemos o justo, porque ele nos incomoda (Sb 2, 12)

6, 7

São Policarpo de Esmirna

69 – 155 D.C.

Quando fores fazer o bem, não adie, pois “a esmola livra do pecado e da morte” (Tb 4, 10).

Carta aos Filadelfos, 10

Santo Hipólito de Roma

170 – 236 D.C.

O que é narrado aqui [na história de Susana] aconteceu em um momento posterior, embora seja colocado na frente do livro [de Daniel], pois era um costume dos escritores narrar muitas coisas em ordem inversa em suas histórias.

Comentário a Daniel

São Cipriano de Cartago

? – 258 D.C.

Assim também Daniel, quando foi obrigado a adorar o ídolo Bel, que o povo e o rei então adoravam, afirmando a honra de seu Deus, irrompeu com plena fé e liberdade, dizendo: “Não adoro nada senão o Senhor meu Deus, que criou o céu e a terra” (Dn. 14, 5)

Tratados VII 3, 15

Concílio de Roma

382

Agora, de fato, devemos tratar das divinas Escrituras, que a Igreja Católica universal aceita e o que ela deve evitar. A ordem do Antigo Testamento começa aqui: Gênesis um livro, Êxodo um livro, Levítico um livro […] do mesmo modo Sabedoria um livro, Eclesiástico [i.e. Sirach] um livro.

Da mesma forma, a ordem dos profetas: Isaías um livro, Jeremias um livro, com Cinoth, isto é, com suas Lamentações, Ezequiel um livro, Daniel um livro […] Da mesma forma, a ordem das histórias. Jó um livro, Tobias um livro, Esdras dois livros [i.e. Esdras e Neemias], Ester um livro, Judite um livro, Macabeus dois livros.

Decreto do Papa Dâmaso