Antigo Testamento e a Prefiguração da Santa Missa
A Santa Missa, sucintamente, é a renovação do Santo Sacrifício de Nosso Senhor no Calvário. É o mesmíssimo e único sacrifício infinito de Nosso Senhor na Cruz, que foi instituída na Última Ceia. Nosso Senhor é, na Missa, ao mesmo tempo vítima e sacerdote, oferecendo-se a Deus para o pagamento dos nossos pecados e implorando a Deus os méritos infinitos para cada um de nós.
Na Santa Missa, Nosso Senhor Jesus Cristo se imola novamente para a nossa salvação, tal como fez no Calvário, conquanto na Missa essa imolação já não é mais cruenta, como foi a imolação no Calvário; é dizer – já não mais existe sofrimento físico.
A Missa é dita Santa porque o seu próprio autor é a Suma Santidade; é Nosso Senhor que se oferece em um sacrifício perfeito a Deus, como alimento espiritual para nós, pobres fiéis, na Eucaristia, sem manchas e sem nenhum defeito – como disse o profeta Moisés [1].
A Eucaristia é o centro da vida da Igreja e de todo cristão [2]; a Igreja vive da Eucaristia, como dizia São João Paulo II na Carta Encíclica Ecclesia de Eucharistia. Na mesma linha, o Decreto sobre o ministério e a vida dos sacerdotes Presbyterorum ordinis, diz: “na santíssima Eucaristia, está contido todo o tesouro espiritual da Igreja, isto é, o próprio Cristo, a nossa Páscoa e o pão vivo que dá aos homens a vida mediante a sua carne vivificada e vivificadora pelo Espírito Santo”.
Embora a Santa Missa seja o maior tesouro da Igreja de Deus, ela é ainda um tesouro oculto, pouco conhecida. É salutar que conheçamos a Santa Missa, seus dogmas, seus mistérios, a sua moral, e até mesmo os menores detalhes de sua cerimônia [3].Todavia, basta que tenhamos uma instrução mínima sobre a Missa, pois Deus supre a sensibilidade da Fé ao conhecimento profundo que não foi possível adquirir. “Meu sacrifício, ó Senhor, é um espírito contrito, um coração arrependido e humilhado, ó Deus, que não haveis de desprezar.”[4]
Todas as religiões, que desde a existência do mundo existiram, tiveram algum sacrifício como parte essencial do seu culto de adoração devida aos seus deuses. Por serem essas religiões ineficazes e imperfeitas, seus sacrifícios, por conseguinte, eram também ineficazes e imperfeitos.
Embora professassem a religião até então verdadeira, os sacrifícios dos hebreus eram igualmente fracos, pobres e defeituosos, como dizia o apóstolo São Paulo [5]. Por esse motivo, não podiam apagar os pecados e tampouco conferir a graça do verdadeiro Sacrifício de Nosso Senhor.
Só o Único Sacrifício, que temos em nossa religião, é dizer – a Missa, é um sacrifício santo, perfeito e completo; pois por ele, segundo dizia São Leonardo de Porto Maurício, cada fiel honra perfeitamente e dignamente a Deus, reconhecendo, ao mesmo tempo o próprio nada do homem e o supremo domínio de Deus.
O salmista chama de Sacrifício de Justiça [6], já que é o único que contém o Justo dos justos e o Santo dos Santos; é a própria Justiça e Santidade, que santifica as almas pela infusão das graças que necessitamos e profusão dos dons que a nós são conferidos. Tertuliano, um dos padres da Igreja, disse que a Missa, mais que um banquete de religião, é uma escola de todas as virtudes, apresentando aos fiéis o grande exemplo de imolação contínua de um Deus, para incentivá-los em todos os deveres e ampará-los em todos os sacrifícios, ainda com a participação da vítima que neles se incorpora pela comunhão.
Antigo Testamento: Figura da Santa Missa
Segundo a doutrina católica, antes da queda do homem, é dizer, antes do pecado de Adão, existiam três grandes deveres religiosos naquela época, em que todos deveriam observar:
I – Adorar a Deus como seu Senhor, soberano e absoluto;
II – Manifestar seu reconhecimento a Deus como seu Criador e autor absoluto de todos os seus bens, e manter sua vida numa perpétua ação de graças, para que Ele conserve e aumente seus benefícios, a cada dia;
III – Implorar a Deus graças e auxílio com oração humilde, fervorosa e perseverante.
Santo Agostinho, doutor da Igreja, afirmou que os homens deveriam se oferecer a Deus como vítimas puras, sem manchas de pecado [7], mas por soberba, eles não puderam preservar essa inocência, o que acabou levando-os a pecar e, por conseguinte, a tornarem-se sujos, manchados pelo pecado.
Dado que o pecado nos despojou dos nossos privilégios originais, por culpa do pecado original, fez mister acrescentar, àqueles três deveres religiosos, a obrigação de apaziguar a ira divina, ultrajada por nosso egoísmo e ingratidão, bem como conhecer ainda mais profundamente da nossa miséria e nossa contínua dependência dos socorros celestiais, quer em nossas necessidades espirituais, quer materiais.
Após a queda do homem (pecado original), tiveram como finalidades do sacrifício a Deus os seguintes: [8]
I – Adorá-Lo;
II – Agradecer as graças recebidas;
III – Implorar a remissão dos pecados e o apaziguamento da sua ira;
IV- Implorar sua benção.
Devido ao estado de degradação e de extrema miséria em que se encontrou o coração do homem, por causa do pecado original, esse já não poderia mais servir como altar e vítima para ser oferecida a Deus de forma perfeita. Incapaz em reparar o pecado, apesar da penitência feita, foi preciso pedir à natureza um templo, edificando-o mediante ordem expressa, para sacrificar suas vítimas. [9]
São Paulo nos diz que tais sacrifícios eram utilizados como uma perpétua recordação da impotência e da nulidade dos homens, imposta até o tempo fixado para o grande restabelecimento, e abolido na plenitude dos tempos, quando apareceu Nosso Senhor Jesus Cristo oferecendo-se a si mesmo, em sacrifício, dando novamente ao homem o direito de unir-se a Deus, não somente com um coração puro, como no dia da inocência, como também com um coração redimido, que apresenta um Deus como vítima de adoração perfeita, de expiação dos nossos pecados e de ação de graças [10].
Antes da vinda de Nosso Senhor eram oferecidos a Deus como vítima de sacrifício, por exemplo, o melhor cordeiro, frutos da terra, pássaros e animais, hóstias solenes, pão e vinho e etc.
Talvez o exemplo mais bem lembrado por nós, de nossas aulas de catecismo, seja o sacrifício oferecido a Deus por Abraão, que veio a sacrificar o seu único filho, Isaac. Essa exigência de Deus (em Abraão sacrificar seu único primogênito) demonstra até aonde iria a obediência dos homens quanto àquilo que Deus solicitasse que fosse realizado. Esse sacrifício prefigurado em Abraão e Isaac foi concretizado no Sacrifício da Cruz e é continuado pelo Sacrifício da Missa, que é o Sacrifício da Nova Lei.
No entanto, esses sacrifícios não eram capazes, por si próprio, de redimir a ofensa que nossos pais primogênitos fizeram contra Deus. Toda ofensa é proporcional ao ofendido. Dou um exemplo: se eu desrespeito meu irmão e também desrespeito meus pais, é claramente visível que essa ofensa em desrespeitar seja maior, e mais gravosa, quando desrespeito os meus pais, por ordem biológica e racional. Assim também vale quando falamos em reparar o dano contra Deus. Somente uma pessoa igualmente finita e eterna, tal como Deus é, poderia reparar esse dano de forma perfeita. Daí porque os sacrifícios “antigos” não foram capazes de aplacar a justiça divina, nem agradar perfeitamente a Deus.
Quando o Senhor, elegendo para seu povo os filhos de Israel, os separou das nações idólatras, para conservar sua aliança e suas promessas, estabeleceu, nos mandamentos ditados a Moisés, a sucessão e a perpetuidade do sacerdócio de Aarão, a forma do seu tabernáculo, o lugar do seu templo, o número de vítimas e os ritos de cada oblação (Êxodo 27, 1-8).
Durante a caminhada do povo escolhido por Deus, após o jugo egípcio, Ele ordenou que cada família imolasse e comesse um cordeiro, observando várias cerimônias simbólicas, e que assinalassem suas moradas com o sangue do cordeiro pascal, e renovassem esta imolação solene de ano em ano. Este rito vingou até a última páscoa, quando Jesus ceou com seus discípulos, e em que instituiu o verdadeiro Cordeiro Pascal, ou seja, Seu sangue e Seu corpo, cuja aplicação por nossas almas, nos livra da escravidão do pecado, e nos faz obter o céu, verdadeira terra prometida aos filhos de Deus. [11]
Na antiga Lei (mosaica) existiam dois tipos de sacrifícios:
I – Cruentos (também chamados de sangrentos);
II – Não cruentos (chamados de incruentos).
Os sacrifícios cruentos se dividiam em três grandes grupos:
1º- Sacrifício de latria (holocausto): aqui a vítima era consumida no fogo, como prova de reconhecimento da total dependência e domínio de Deus, prestando, dessa forma, o culto propriamente de latria ou de adoração e dependência;
2º- Sacrifício de impetração ou hóstias pacíficas: era oferecida a Deus uma hóstia impetratória, para agradar-Lhe por todos os benefícios e dons que recebeu;
3º- Sacrifício de propiação pelo pecado: por fim, esse sacrifício foi instituído com o fim último de expiar as faltas cometidas e obter o perdão dessas faltas. Era oferecido por particulares, pelos sacerdotes, ou por todo o povo; e, quando oferecido por toda a nação, como sacrifício único, além de se retirar o sangue das vítimas no Santo (local do Templo dos Judeus), sobre o altar dos perfumes e dos holocaustos, faziam-no no Santo dos Santos, como figura que o sangue de Cristo se apresentaria ao céu, abrindo-nos, assim, suas portas. Cada uma destas oblações eram cheias de símbolos e de esperanças. [12]
“26. O Senhor disse a Moisés: 27. “No décimo dia do sétimo mês será o dia das Expiações. Tereis uma santa assembleia: humilhareis vossas almas e oferecereis ao Senhor sacrifícios queimados pelo fogo.”’ Levítico, 23.
Quanto aos sacrifícios incruentos existiam também três:
1º – Era oferecida, como oferenda a Deus, a flor de farinha de trigo, azeite e incenso que eram todos queimados no altar dos holocaustos;
2º – Sacrifício do bode expiatório: na grande festa da expiação solene, o povo oferecia dois bodes – um era degolado e o outro era oferecido vivo. O sacerdote impunha suas mãos na cabeça da vítima, confessava os pecados da nação, carregava-os no animal imundo e lançava-o no deserto.
“24. Porá a mão sobre a cabeça do bode e o imolará no lugar onde se imolam os holocaustos diante do Senhor. Esse é um sacrifício pelo pecado. 25. O sacerdote, com o dedo, tomará o sangue da vítima oferecida pelo pecado e o porá sobre os chifres do altar dos holocaustos, e derramará o resto do sangue ao pé desse altar. 26. Queimará, em seguida, sobre o altar toda a gordura, como a dos sacrifícios pacíficos. É assim que o sacerdote fará pelo chefe a expiação de seu pecado; e ele será perdoado.” Levítico 4
3º – Sacrifício de pássaros que eram postos em liberdade: para purificar uma casa infestada pela lepra, tomavam-se dois pássaros puros; imolava-se um num vaso cheio de água, no qual se vertia seu sangue, e, o outro, era imerso até a cabeça na água misturada com sangue, com um madeiro de cedro, hissopo e púrpura; após espargir a água, soltava-se o pássaro puro, livremente [13].
Todos esses sacrifícios eram a figura do sacrifício que Nosso Senhor iria oferecer na Cruz e que se renova todas às vezes que se reza a Missa.
Ainda que fossem imperfeitas, tinham seus méritos. Esses sacrifícios baseavam-se na obediência do que prescrevia Deus, e na Fé e em suas disposições interiores dos que as ofereciam, na esperança da hóstia perfeita, que iria tirar por completo os pecados do mundo, como diz o apóstolo São João (São João 1, 29).
A Prefiguração da Santa Missa segundo os Santos Profetas
Os santos profetas do antigo testamento anunciavam a grande vítima que deveria chegar, isto é, Nosso Senhor Jesus Cristo. O profeta Davi já anunciava essa Grande Vítima ao dizer de seus sacerdotes que, conforme a ordem de Aarão, viriam a se sucederem e também a se substituírem, mas viria um outro Pontífice que não iria se suceder e nem se substituir, Esse é o “Sacerdote Eterno, segundo a ordem de Melquisedeque” [14]
Em várias passagens da Sagrada Escritura têm-se que os profetas tinham um certo “repúdio” aos sacrifícios materiais que naquela época eram oferecidos. O profeta Malaquias tinha isso em vista muito bem claro. Alguns sacerdotes ofereciam esses sacrifícios de modo desidioso, daí porque o profeta dizer: “12. Vós, porém, o profanais quando dizeis: A mesa do Senhor está manchada; o que nela se oferece é um alimento comum. 13. E dizeis ainda: Ai, que cansaço! E mostrais desprezo pelo altar. Trazeis o animal roubado, o coxo, o doente. Julgais que vou aceitá-lo de vossas mãos? – diz o Senhor.” Malaquias, 1.
Era claro que tais oblações eram imperfeitas e, portanto, não agradaria ao Senhor. Os profetas bem sabiam disso. O profeta Samuel dizia: “22. Acaso o Senhor se compraz tanto nos holocaustos e sacrifícios como na obediência à sua voz? A obediência é melhor que o sacrifício e a submissão vale mais que a gordura dos carneiros.” I Samuel, 15.
Isso não mostra um desprezo, por parte dos profetas, pelos sacrifícios. Mas, pelo mesmo motivo que o profeta Malaquias via nos sacerdotes ao oferecerem o santo sacrifício de modo pouco piedoso, era mais preferível não oferecer esses sacrifícios [exteriores].
A Santa Igreja no Canôn da Santa Missa, nos diz o que ensinam expressamente os Doutores da Igreja, que a maior ou menor satisfação proporcionada pela Santa Missa, quanto à pena devida por nossos pecados, depende da disposição de quem a celebra e a ela assiste. Quanto maior a piedade atual ou habitual do celebrante, maior será o fruto do seu sacrifício […].
“14. Maldito seja o homem fraudulento que consagra e sacrifica ao Senhor um animal defeituoso, tendo no rebanho animais sadios! Sou um grande Rei – diz o Senhor – e o meu nome é temível entre as nações.” Malaquias, 1
No livro dos Salmos, o profeta Davi também anunciava: “17. Senhor, abri meus lábios, a fim de que minha boca anuncie vossos louvores. 18. Vós não vos aplacais com sacrifícios rituais; e se eu vos ofertasse um sacrifício, não o aceitaríeis. 19. Meu sacrifício, ó Senhor, é um espírito contrito, um coração arrependido e humilhado, ó Deus, que não haveis de desprezar.” Salmos, 50. Logo em seguida deixa bem claro que haveria de ter um sacrifício perfeito, digno, esse sim, de ser oferecido: “20. Senhor, pela vossa bondade, tratai Sião com benevolência, reconstruí os muros de Jerusalém. 21. Então, aceitareis os sacrifícios prescritos, as oferendas e os holocaustos; e sobre vosso altar vítimas vos serão oferecidas.” Salmos, 50.
No livro do profeta Malaquias, foi dito que sacerdotes viriam a oferecer sacrifícios puros. Esses sacrifícios só seriam perfeitos se fosse, antes, oferecido pelo Sacerdote Perfeito, isto é, Nosso Senhor:
“11. Porque, do nascente ao poente, Meu Nome é grande entre as nações e em todo lugar se oferecem ao meu nome o incenso, sacrifícios e oblações puras. Sim, grande é o Meu Nome entre as nações – diz o Senhor dos exércitos.” Malaquias, 1.
Os mais antigos documentos cristãos têm uma predileção por esta profecia do profeta Malaquias, cujo eco foi acolhido pelo Concílio de Trento, ao dizer, a respeito do Santo Sacrifício da Missa: “E esta é certamente aquela oblação pura, que não pode ser manchada por qualquer indignidade ou malícia dos ofertantes, a qual foi predita pelo Senhor, por Malaquias, que havia de ser oferecida pura, em todo lugar, ao seu nome, o qual havia de ser grande entre as gentes”.[15]
Esses sacrifícios, ainda que ordenados por Deus, não passavam de sinais imperfeitos de agradar completamente a Deus. Eram, como diz a Sagrada Escritura, um suave aroma do verdadeiro sacrifício.
“18. E, diante de mim, não faltarão jamais descendentes aos sacerdotes e aos levitas para oferecer os holocaustos, queimar as oferendas e celebrar o sacrifício cotidiano.” Jeremias, 33.
O monsenhor Guay em seu livro “A Igreja e os Sacramentos” diz que, os sacerdotes a que se refere a profecia de Jeremias, no versículo citado acima, são os sacerdotes da Igreja Católica, que oferecerão por todos os tempos e em todos os lugares, tal como diz o profeta Malaquias, o Santo Sacrifício da Cruz, tal como previram os santos profetas
“12. E teve um sonho: via uma escada, que, apoiando-se na terra, tocava com o cimo o céu; e anjos de Deus subiam e desciam pela escada.” Gênesis, 28.
A Missa é essa escada misteriosa que Jacó viu em seus sonhos, em que uma extremidade tocava a terra e a outra extremidade atingia o céu, na qual subiam e desciam os anjos e, principalmente, o Santo de Deus, o Anjo de Deus por excelência, o Mediador Supremo, para levar ao Senhor nossos votos e sacrifícios, e para nos trazer Sua graça e Sua benção.
Referências
[1] Números 6, 14.
[2] Const. dogm. sobre a Igreja Lumen gentium.
[3] Catecismo da Santa Missa – 1975. Autor anônimo.
[4] Salmos 50, 19.
[5] Gálatas IV, 9.
[6] Salmo 4, 5.
[7] Cidade de Deus, 1. I, c. 26.
[8] Catecismo da Santa Missa – 1975. Autor anônimo.
[9] Ibidem
[10] Ibidem
[11] Ibidem
[12] Ibidem
[13] Ibidem
[14] Salmos 109, 4.
[15] – Jesus Solano – “Textos Eucarísticos Primitivos” – Tomo I – 1978
Belo artigo, muito útil e revelador. Acredito que tenha havido um equívoco em um dos parágrafos no título: “Antigo testamento: Figura da Santa Missa” – o parágrafo que inicia com a frase: “No entanto, esses sacrifícios não eram capazes…” no qual o autor escreve: “Somente uma pessoa finita e eterna, tal como Deus…”, referindo-se a Cristo. Parece-me que a palavra adequada seria infinita, estou errada?