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O dilúvio foi real?

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Quem fala do dilúvio bíblico, tende geralmente a identificá-lo com o dilúvio de que trata a geologia; seria algo de semelhante a grande derramamento de águas sobre os continentes, derramamento que haveria modificado a face do globo, de sorte que a Zoologia chega a falar de animais antediluvianos (sáurios, aves gigantescas, etc.) e animais pós-diluvianos.

Para se avaliar adequadamente esta concepção, faz-se mister analisar as expressões bíblicas nas quais ela é geralmente fundada. Estudaremos, pois, os termos que de certo modo poderiam concorrer para se reconstituir o âmbito do dilúvio bíblico. A seguir, compararemos a narrativa escriturística do dilúvio com histórias semelhantes não bíblicas, para finalmente deduzir o ensinamento perene do texto sagrado.

Algumas expressões características

Os primeiros dizeres que se deverão levar em conta para se determinar o cenário do dilúvio são os que indicam os atores do quadro:

«Filhos de Deus» e «filhas dos homens». Eis o contexto em que ocorrem tais expressões:

Gên 6,1 «Quando os homens começaram a ser numerosos sobre a face da terra e lhes nasceram filhas, 2 os filhos de Deus viram que as filhas dos homens eram belas e tomaram-nas por mulheres dentre todas as que lhes agradavam. 3 Então o Senhor disse: ‘Meu espírito não permanecerá para sempre no homem, pois o homem é apenas carne; seus dias atingirão cento e vinte anos’. 4 Ora os gigantes habitavam sobre a terra naqueles dias (e mesmo depois), quando os filhos de Deus se uniram às filhas dos homens, e estas lhes geraram filhos. São os heróis dos tempos antigos, homens famosos».

É com o trecho acima que se abre a história do dilúvio. Quem seriam, pois, os filhos de Deus e as filhas dos homens que a catástrofe vai atingir ?

Uma tradição judaica, adotada por escritores cristãos até o séc. V, afirmava que os filhos de Deus eram anjos, os quais se teriam unido, em cópulas ilícitas, a mulheres («filhas dos homens», no texto bíblico), gerando prole monstruosa, ou seja, gigantes humanos de 3.000 côvados de altura. Os anjos, portanto, teriam pecado sexualmente com mulheres, provocando destarte o castigo de Deus. Esta tese, tendo perdido sua voga após S. Agostinho (+430), foi de novo propugnada por autores liberais recentes, que admitem haver mitos na Escritura Sagrada.

A sentença é de todo insustentável já pelo fato de que os anjos, por definição, não têm corpo, não podendo, por conseguinte, pecar sexualmente. Se, não obstante, a Bíblia em Gên 6,1-4 mencionasse uma culpa sexual dos anjos, não faria senão referir um mito; ora não se pode conceber que Deus, inspirando os livros sagrados, neles tenha inserido um mito (história geralmente grosseira) como se fosse uma verdade, sem advertência previamente feita ao leitor.

Sendo assim, a sã exegese opta por outra sentença. O termo «filhos de Deus» designa não raro na Escritura Sagrada os homens piedosos; cf. Is 1,2; 30,1.9 ; 43,6 ; 2 Sam 7,14; Os 2,1; 11,1; Êx 4,22. Ora tal é o sentido da expressão também em Gên 6,1-4; com efeito, no v. 3 os sujeitos punidos por causa da corrupção são claramente ditos homens e carne; por conseguinte, no v. 2 os «filhos de Deus» são homens, e homens que por sua fidelidade ao Senhor mereceram ser assim chamados. Tais homens, acrescenta a Escritura, em determinada época da história se foram corrompendo, deixando-se atrair pela beleza de mulheres indignas.

Quanto aos «gigantes» que nasceram de tal prevaricação, hão de ser entendidos do seguinte modo: os israelitas julgavam que em épocas remotas habitavam sobre a terra homens de estatura extraordinária, que por seus feitos valentes haviam granjeado fama imorredoura (cf. Bar 3,26-28; Núm 13,31-33; 1 Sam 17; 1 Crôn 20,4-8; Eclo 16,7). Ora o autor sagrado, ao introduzir a história do dilúvio, quis referir-se a essa antiga crença dos judeus: mencionou gigantes sobre a terra, não com o intuito de dizer qual o tipo da população do globo, mas com o simples fito de pôr em realce a majestade da justiça divina.. .Esta atinge, sim, o pecado onde quer que ele se encontre, mesmo nos homens mais dotados de força e prendas naturais; nenhum poder humano prevalece contra a santidade de Deus ! — As palavras «e mesmo depois» do v. 4 sejam tidas como interpolação devida a um copista que, conforme a tradição, quis inculcar a existência de gigantes mesmo nos tempos posteriores ao dilúvio, isto é, nas épocas de Moisés (séc. XIII a.C; cf. Núm 13,31-33) e Davi (séc. X a.C; cf. 1 Sam 17; 1 Crôn 20,4-8).

Como se vê, as expressões «filhos de Deus» e «filhas dos homens» não permitem inferir-se conclusão precisa sobre o âmbito do dilúvio bíblico. — Vejamos então o que sugerem

As dimensões da arca fabricada por Noé. Esta se apresenta como casa flutuante construída de madeira de cipreste e, tanto por dentro como por fora, revestida de betume, a fim de ser impermeável às águas. Tomando-se por base de cálculo o côvado babilônico (= cerca de 50 cm), o texto bíblico sugere que media 150 m de comprimento, 25 de largura e 15 de altura, oferecendo uma capacidade de 65/70 mil metros cúbicos; celas ou mansões aí se dispunham em três andares, e uma janela se abria a 50 cm abaixo do teto.

Os exegetas recentes, considerando a mentalidade do autor sagrado já expressa em Gên 1 (onde os números têm significado evidentemente simbólico), asseguram com razão que as cifras acima não designam dimensões arquitetônicas, mas qualidades ou valores religiosos.

Como isto?

O fato mesmo de que Deus apareça no texto sagrado ditando números para a construção da arca, dá testemunho da Providência e da benevolência inesgotável do Criador; a arca construída em consequência de tão carinhosa intervenção do Senhor deverá apresentar-se aos olhos do leitor qual instrumento apto e bem seguro para a salvação humana. É isto o que em primeiro lugar se deve inferir do fato literário de que Deus dita as proporções da arca. Para inculcar mais vivamente esta conclusão, o autor sagrado quis indicar cifras precisas : 300, 50 e 30 (côvados); são cifras que obedecem à simetria e, neste contexto, nada mais significam do que uma construção bem equilibrada em si e adaptada à sua finalidade. Em particular, sobre a altura da arca, que é de 30 côvados, note-se que representa o dobro da altura a que chegaram as águas do dilúvio (cf. 7,20); ora, esta proporção significa concretamente que a arca podia flutuar livre e soberanamente por todas as regiões inundadas.

É esta, aliás, a interpretação que, já no séc. IV, dava S. Efrém : «Isto não foi escrito por se terem realizado as coisas como as palavras as insinuam, mas as indicações entendam-se conforme a linguagem dos marujos ; estes sondam a profundidade das águas com o fio a prumo, e, caso encontrem menos de 15 côvados, julgam tal paragem intransitável a uma nave» (In Gên 149).

Em conclusão, verifica-se que também as cifras da arca não permitem afirmar algo sobre a capacidade da mesma nem, por conseguinte, sobre as proporções do dilúvio bíblico.

«Todos os seres vivos… toda a terra…». Os antigos e medievais, lendo tais expressões, afirmavam quase unanimemente que as águas do dilúvio submergiram a terra inteira e exterminaram todo o gênero humano. Esta conclusão lhes parecia exigida pelo texto bíblico, que mostra como o Senhor Deus prometeu destruir toda carne desde o homem até os animais, todos os seres que Ele criara (6,7.17 ; 7,4.21s); o Gênesis assevera que as águas recobriam a face da terra inteira, ultrapassando de 15 côvados os cumes das mais altas montanhas (7,18-20 ; 8,9). Depois do dilúvio, lê-se que o Senhor jurou não mais enviar cataclismo universal como aquele (9,11.15).

A interpretação antiga se baseava num princípio sadio, e até hoje válido, de exegese, que Leão XIII assim formulou: «Não se afastem os exegetas do sentido literal e como que óbvio a não ser que a razão a ele se oponha ou a necessidade obrigue a abandoná-lo» (enc. «Providentissimus»). Pois bem; não conhecendo a Paleontologia e outras ciências naturais, os antigos não tinham motivo para se afastar do sentido literal das expressões acima; por conseguinte, sem hesitação afirmavam a universalidade do dilúvio. Não seria licito, porém, fazer o mesmo em nossos dias; e isto, por razões que se podem agrupar sob dois títulos:

Razões negativas, derivadas das ciências naturais. Sabe-se hoje em dia que, para recobrir o globo inteiro, as águas deveriam constituir uma camada de quase 9.000 m em torno de toda a terra (o pico mais alto, o Everest, conta 8.839 m acima do nível do mar). Uma tal camada, porém, implicaria um volume de águas de 4.600.000.000 metros cúbicos, volume que toda a massa de águas hoje conhecida não chegaria a produzir. E, embora tal volume se desse, não se poderia admitir que se haja desencadeado sobre a terra inteira numa chuva de quarenta dias; essa enxurrada provocaria um frio e uma pressão atmosférica tais que exterminaria todos os seres vivos da terra, mesmo os que se encontrassem dentro da arca.

Além disto, a Zoologia ensina que existem na terra cerca de 7.000 espécies de mamíferos, 6.500 espécies de aves, 200.000 espécies de insetos. Ora, se Noé quisesse tomar um par desses animais, teria um conjunto que só poderia sobreviver numa arca de dimensões fabulosas e de condições climatéricas irrealizáveis; nem poderia armazenar as provisões necessárias para alimentar tal fauna durante o ano inteiro em que permaneceu na arca. O problema não se esvanece caso se replique que as espécies de animais hoje existentes datam de época relativamente recente, pois não se saberia determinar a data do dilúvio bíblico (cf. «P.R.» 17/1959, qu. 5); além do que, é certo que existiram outrora animais hoje desaparecidos.

É verdade que Deus podia ter superado tais dificuldades mediante intervenção milagrosa. Os teólogos, porém, ensinam que o Todo-Poderoso não costuma derrogar às leis da natureza sem finalidade proporcionalmente grave e que as intervenções extraordinárias de Deus devem sempre ser provadas, e não simplesmente pressupostas.

Estas considerações levam a concluir que o dilúvio se restringiu a uma porção apenas (e provàvelmente pequena) da terra; exigem também a restrição do número de animais recolhidos dentro da arca. Na verdade, Deus terá mandado a Noé, salvasse consigo apenas a fauna necessária para que se reconstituísse imediatamente após o dilúvio a vida normal de campônios na região atingida pelas águas; aquele varão justo, por conseguinte, só terá levado para dentro da arca os animais de utilidade cotidiana (de modo nenhum feras, aves de rapina, serpentes, etc.), animais a cujo abastecimento podiam satisfazer as oito pessoas residentes na arca.

Esta conclusão é corroborada e completada desde que se levem em conta

Argumentos positivos derivados do próprio texto sagrado. O dilúvio, geogràficamente restrito (como acima foi dito), não afetou a população inteira do globo. É o que se depreende já do fato de que, a partir de Gen 4,1, o livro sagrado visa narrar apenas os feitos de Caim e seus descendentes, de um lado, os de Sete e sua linhagem, do outro lado; embora o autor afirme que Adão e Eva tiveram numerosos filhos e filhas (cf. Gên 4,4), ele deixa todos esses descendentes e suas famílias fora do seu horizonte de historiador (o motivo desta restrição, vê-lo-emos abaixo); só faz questão de descrever algo do que aconteceu entre os setitas e os cainitas, enquanto as demais tribos irmãs se iam multiplicando e expandindo normalmente sobre a terra. É, pois, no quadro da história dos setitas e cainitas apenas que o autor coloca a história do dilúvio.

Nesta perspectiva, entende-se que as expressões «todos os homens» e «a terra inteira» sejam sugeridas unicamente pelo gosto semítico de falar em hipérboles. A S. Escritura usa não raro dessas expressões universais em contextos que lhes dão sentido evidentemente restrito; assim

– Gên 41, 54.57 fala de uma fome tal que «os povos da terra inteira iam ao Egito para comprar trigo…, pois a fome pesava sobre toda a terra» (universalidade relativa!);

– Dt 2,25: Deus promete aos israelitas incutir «a todos os povos debaixo do céu» o terror diante de Israel (expressão retórica, como se depreende da comparação com Dt 11,23-25);

– At 2,5: no dia de Pentecostes «achavam-se em Jerusalém judeus, homens religiosos de todos os povos que há debaixo do céu».

No caso de Gên 6-9, o autor sagrado tinha em vista «a terra inteira» e «todos os homens» não no sentido geográfico nem no sentido etnológico, mas do ponto de vista religioso. Pois que queria descrever não simplesmente história, mas história religiosa, o gênero humano, para ele, se reduzia ao povo ou aos indivíduos portadores dos valores religiosos da humanidade; no nosso caso, reduzia-se aos setitas e cainitas ou, também se poderia dizer, à família de Noé (únicos piedosos que perseveravam) e aos que lhe ficavam em torno e com ela entravam em contato (ímpios). Homens e regiões situados fora deste círculo assaz restrito já não contavam para o hagiógrafo, pois não desempenhavam papel na história do Reino de Deus, tendo-se alheado a este desde época muito remota, para se perder nas vias da idolatria e da corrupção; já que não tinham mais contato com os portadores da verdadeira fé, nem constituíam perigo para os «filhos de Deus», careceria de sentido, nos desígnios da Providência, fazê-los perecer pelo dilúvio.

Quanto a outros textos da S. Escritura que parecem insinuar a universalidade absoluta do dilúvio (Sab 14,6; Eclo 44,17s; Mt 24,37-39; 1 Pdr 3,19s; 2 Pdr 2, 5-7), entende-se que repitam o modo de falar do Gênesis, sem querer dar-lhe a interpretação autêntica.

É na base destas considerações que a moderna exegese católica não hesita em afirmar que o dilúvio bíblico foi catástrofe reduzida a uma região e a pequeno número de homens. A tradição exegética propensa à universalidade do dilúvio, não sendo de índole dogmática nem moral, mas de caráter meramente antropológico e geológico, não constitui obstáculo para a sentença restritiva ; ademais a Igreja nunca definiu a universalidade do dilúvio bíblico.

Após o que acaba de ser dito, inútil seria frisar que as raças branca, negra e amarela de modo nenhum devem sua origem aos três filhos de Noé, respectivamente Sem, Cam e Jafé. Foi independentemente do dilúvio e da família de Noé que as raças humanas se diversificaram sobre a terra ; cf. «P.R.» 7/1957, qu. 2.

O dilúvio na crença geral dos povos

À conclusão acima parece opor-se o fato de que numerosos povos (localizados tanto na Ásia como na África, na América e na Austrália) narram a história de um dilúvio ocorrido em época muito remota. Não constituiria isto indicio de que o cataclismo foi universal ?

Na verdade, tal conclusão seria precipitada. Quem estuda de perto as narrativas não bíblicas, verifica que algumas (certos críticos dizem: todas) se reduzem à descrição babilônica do dilúvio, da qual não constituem senão formas variadas. As que não dependem da Babilônia, parecem referir uma catástrofe primitiva que se terá dado na região habitada pelo povo que a narra. Pode-se dizer que cada estirpe conhece flagelos ou abalos em sua história, e costuma narrar esses episódios (por vezes ampliados e livremente ornamentados a fim de melhor servirem de ensinamento) como se fossem lições para as gerações posteriores.

As narrativas de flagelos dos povos primitivos têm ao menos em comum o seguinte traço: falam de grande calamidade — às vezes provocada por uma ofensa dos homens à Divindade —, a qual devasta a região e mata os seres vivos ; há, porém, diferenças ao se assinalar o elemento de destruição: este é um desabamento ora de águas, ora de fogo, ora de água e fogo, ora de neve e granizo; pode ser também terrível seca, epidemias mórbidas, terremotos, etc.; ainda outras diferenças de importância secundária se poderiam observar.

Quanto à narrativa bíblica, verifica-se que apresenta particular afinidade com a descrição babilônica. Contudo não se poderia concluir à dependência de alguma das duas em relação à outra; as diferenças tanto de teologia como de minúcias literárias se oporiam à conclusão. Sim ; o texto bíblico é essencialmente monoteísta, apresentando um só Deus, que dirige o curso da natureza, enquanto os documentos babilônicos põem em cena muitos deuses, os quais litigam entre si, por fim se apavoram da catástrofe que desencadearam e fogem para o céu mais elevado. Além disto, observe-se a causa do dilúvio na Bíblia e fora desta: no Gênesis, é a iniquidade dos homens, incompatível com a santidade de Deus, que suscita a intervenção do Altíssimo; Este castiga os culpados e salva os inocentes ; o Deus que pune, é também o Deus moralmente íntegro e perfeito. Ao contrário, na Babilônia os deuses decidem exterminar os homens sem levar em conta os méritos destes, mas apenas porque a estirpe humana não lhes agrada mais; o homem que escapa com sua família, é o favorito de um dos deuses, o qual lhe ensina a mentira: quer que engane os seus contemporâneos, enquanto esteja a construir a nave de salvação. — Estas diferenças básicas, derivadas da «filosofia» dos autores (israelita e babilônico) levam a excluir dependência direta de uma tradição em relação à outra.

O problema, portanto, se há de resolver pela dependência indireta entendida nos seguintes termos:

Os israelitas, por meio de Abraão, eram oriundos da Mesopotâmia. Ora nesta região se deve ter dado, em época muito remota, uma catástrofe, na qual terá perecido grande número de homens (alguns arqueólogos, em suas escavações nos últimos decênios, julgaram ter encontrado vestígios desse cataclismo ou do dilúvio babilônico; além disto, sabe-se que as listas dos antigos reis babilônicos enumeram monarcas antediluvianas e pós-diluvianos). À medida que se passavam os tempos, os caldeus, habitantes da região, foram em seus relatos ampliando as proporções do acontecimento, ornando-o de pormenores adaptados às concepções religiosas (mitológicas, politeístas) e ao grau de civilização de épocas bem posteriores. Abraão, ao emigrar da Mesopotâmia, levou consigo a tradição do dilúvio; os seus descendentes, porém, os israelitas, agraciados pela revelação do verdadeiro Deus, refletiram sobre o relato babilônico à luz da sua fé, e consequentemente o refundiram segundo as exigências do monoteísmo que professavam; tiraram-lhe, pois, todos os traços de paganismo que trazia e, possivelmente (de acordo com a praxe literária dos antigos povos, que procuravam fazer da história a mestra da vida), acrescentaram-lhe traços que servissem de ensinamento dogmático e ritual à nação israelita. Assim a tradição popular caldaica, sem perder seu núcleo histórico, tornou-se entre os filhos de Israel veiculo de ensinamento religioso e moral muito elevado.

A mensagem perene da narrativa bíblica do dilúvio

Até aqui vimos que em época muito remota (cuja data não se poderia precisar) se desencadeou uma catástrofe sobre certa região e povoação. O autor de Gên 6-9 a quis referir para comunicar verdades não de índole meramente histórica ou cientifica, mas de ordem religiosa. Estas seriam:

Deus é santo; por isto não pode deixar subsistir indefinidamente a iniquidade — o que seria pactuar com ela.

Deus é justo. Ao punir os maus, o Senhor salva os inocentes.

Deus é clemente. Antes de exercer a justiça, oferece sempre um prazo de misericórdia para que o pecador se converta. Foi, sim, durante cento e vinte anos (cifra provavelmente simbólica) que Noé construiu a arca. Além disto, o texto de Pdr 3,19s dá a entender que vários dos pecadores obstinados durante essa moratória se converteram quando estavam prestes a perecer; foram tragados pelo dilúvio, salvando, porém, suas almas.

Noé aparece como novo pai da humanidade (considerada do ponto de vista religioso), à semelhança de Adão, e como tipo de Cristo. Observe-se que Noé salvou a linhagem humana (na medida em que era portadora da verdadeira fé) mediante o lenho da arca; ora foi também pelo madeiro que Cristo crucificado salvou os homens. Com Noé, salvo das águas, Deus travou uma aliança, como a travara com o primeiro homem e como a travaria com Cristo (a nova e definitiva Aliança) ; cf. Gên 9,8-17 ; 2, 15-17 ; Hebr 9,15.

A arca, na qual se salvaram os justos, é tradicionalmente considerada como tipo da Igreja, pela qual se salvam todos os homens.

As águas do dilúvio, através das quais os justos sobreviveram e em que os ímpios pereceram, são figura do batismo, que pela água dá a vida (vida eterna, simbolizada pelo número «oito» dos que se salvaram no dilúvio bíblico) aos fiéis e apaga os pecados ; cf. 1 Pdr 3,20s.

O dilúvio, qual nova criação, prenuncia, conforme Pdr 3,5-7.10, os céus novos e a terra nova que no fim da história se hão de constituir.

São estes os pontos que mais se deverão gravar na mente dos leitores da Bíblia. São também os que acima de tudo deverão ser incutidos pelos catequistas, ficando em plano bem secundário as questões de índole meramente arqueológica, cronológica, etnológica, etc.

1 comentário
  1. João Gabriel Diz

    Apenas opiniões que tenho,me diga se posso tê-las ou se a interpretação sobre essa matéria é definida como obrigatória.

    O dilúvio local poderia ter devastado todas as pessoas conhecidas ,ou seja não precisaria de um dilúvio universal para atingir a todas as pessoas.

    Você falou a respeito dos filhos de sem e Cam mas e a respeito dos filhos de Jafé,estes são ancestrais dos gregos , acho que posso ter essa opinião.

    Quanto ao último parágrafo discordo pois se o povo hebreu apenas pegou uma história dos babilônicos e a adaptou então isso teria algumas consequências,o dilúvio possivelmente não teria existido e não teria sido um castigo de Deus ,ou seja mesmo se esse acontecimento ocorreu ele não teria nenhum significado em sua origem pois seria apenas uma enchente comum . Outra implicação seria a inexistência de Noé e creio que a existência deste personagem não pode ser apenas uma invenção literária.

    Mas enfim, acredito que posso discordar dessa interpretação certo?

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