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O mundo foi criado em seis dias?

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As questões acima causam a muitos leitores da Bíblia dúvidas que lhes parecem decisivas contra a autoridade dos livros sagrados. Na verdade, trata-se simplesmente de problema mal formulado ou mesmo irreal. As dificuldades levantadas no caso se resolvem em princípio mediante a observação seguinte: a Bíblia, embora seja um Livro divino, foi redigida por autores humanos (Moisés, Davi, Isaias,…), que Deus se dignou, sim, utilizar, sem, porém, derrogar ao costumeiro modo de escrever desses homens; a Sagrada Escritura, por conseguinte, foi composta conforme as regras de estilo usuais no período que vai do séc. XIII a. C. (Moisés) até o fim do séc. I d.C. (S. João Evangelista). Torna-se então evidente que não se pode perceber o significado autêntico das páginas sagradas sem se aplicarem ao texto estudado os critérios de interpretação usuais na análise de qualquer documento da literatura humana; ora entre estes critérios se acham a consideração da mentalidade do autor respectivo, da época em que escreveu, a verificação das fontes que usou, do círculo de leitores que teve em mira… A exegese bíblica, por muito que isto surpreenda, não dispensa esses recursos usuais em qualquer exame literário; donde se vê que não basta simplesmente a piedade para se entender a Bíblia (embora a piedade tenha partes preponderantes, sem dúvida), mas requer-se um pouco de cultura humana.

Tendo em vista estas premissas, passemos ao tema da criação do mundo na Escritura Sagrada. Verificamos, logo de inicio, que a Bíblia em mais de uma passagem apresenta a narrativa da criação; assim, em Gên 1,1-2,4a; 2,4b-3,24; Prov 8,25-31; Jó 38,4-35; SI 103. Contudo num só trecho, isto é, em Gên 1,1-2,4a, descreve a ação de Deus dentro do esquema de «seis dias de trabalho e um de repouso» (donde o nome de «hexaémeron» que toca a essa passagem: em grego, hex = seis; heméra = dia). Ora isto já chama a atenção do crítico, pois significa que o trecho de Gên 1,1-2,4a é bloco literário independente das passagens que versam sobre o mesmo assunto; parece obedecer a regras de estilo e a finalidade próprias. Donde se segue que, para averiguarmos se a Bíblia realmente ensina a criação do mundo em seis dias, é necessário apliquemos nossa atenção à análise do chamado «hexaémeron». É o que vamos fazer, considerando primeiramente o estilo da peça, para depois formular a sua genuína interpretação.

Justamente uma das falhas dos nossos manuais de História Sagrada consiste em que dão simplesmente como doutrina da Bíblia os dizeres de Gên 1,1-2,4a. sem levarem em conta os textos bíblicos, paralelos referentes à criação do mundo nem as regras de estilo esquemático e simbolista do «hexaémeron».

1. O estilo da narrativa dos seis dias

1.1. Os estudiosos são unânimes em afirmar que o bloco de Gên 1,1-2,4a, embora constitua a primeira página da Bíblia, foi redigido em época relativamente recente, ou seja, depois de muitas outras páginas bíblicas; e… redigido em estilo poético, não no estilo de um documento de ciências naturais.

Quais seriam as bases desta afirmação ?

1) Já numa primeira aproximação chamam nossa atenção o ritmo muito burilado e o estilo polido da peça. O conceito de Deus que aí transparece, é assaz elevado ou filosófico: o Criador não é descrito antropomòrficamente, à guisa de «Oleiro» nem de «Jardineiro», nem de «Cirurgião», nem de «Arquiteto», nem de «Alfaiate», como na passagem seguinte (cf. Gên 2,7.8.21; 3,21). Ao contrário, o autor dá a ver que, unicamente pela expressão de sua vontade ou pela sua palavra, o Senhor Deus comunica existência a todos os seres. Ora tais características manifestam uma fase da mentalidade de Israel, humanamente falando, já bem amadurecida na escola do Senhor.

2) Toda a narrativa se dispõe dentro dos moldes de «sete dias», que parecem corresponder a sete estrofes de um poema. Essas estrofes, exceto apenas a sétima, repetem com certa variabilidade os sete seguintes elementos:

a) Ordem do Criador: «Disse Deus: Faça-se…».

b) Cumprimento da ordem; «E fez-se assim».

c) Execução (mais precisa descrição do efeito): «E Deus fêz o firmamento…, dois luzeiros… E a terra produziu a erva…».

d) Aprovação da obra: «Deus viu que era bom…».

e) Imposição do nome: «Deus chamou a luz Dia…, o firmamento Céu… o seco Terra…».

f) Bênção divina.

g) Indicação do dia (conclusão): «Houve tarde e manhã; foi o 1«, 2«, 3′ dia…».

3) O simbolismo dos números ou o emprego místico artificioso de certas cifras domina todo o texto do «hexaémeron».

Sabemos que, para os antigos, os números muitas vezes representavam não quantidades, mas qualidades; atribuídos a determinado sujeito, podiam indicar propriedades morais ou valores religiosos, não quantidades físicas nem valores matemáticos. Os números que gozavam de maior estimação, eram 3, 4, seus derivados 7 (=3 + 4), 22 (=3×4) e 10; cada um deles exprimia, do seu modo, a perfeição.

Eis como o emprego artificioso dos números se manifesta no «hexaémeron:

A distribuição de toda a narrativa em 6 + 1 dias (seis dias de trabalho e um de repouso) obedece a um proceder de estilo assaz usual nas antigas literaturas orientais. Significava que uma obra havia sido iniciada (6) e, por fim, consumada, rematada (+1) ; os escritores punham em relevo na série o número 7 ou a sétima unidade (símbolo da plenitude ou perfeição), para inculcar que a obra havia sido realmente levada a termo feliz, coisa que não sempre se dá nos empreendimentos humanos.

Eis apenas um exemplo da literatura não bíblica ilustrativo de tal proceder estilístico:

A narrativa babilônica do dilúvio apresenta a seguinte passagem:

«Junto ao monte de Nisir chega a nave, O monte de Nisir deteve a nave, não mais a deixou mover-se; Um dia, um segundo dia, O monte de Nisir deteve a nave. não mais a deixou mover-se; Um terceiro, um quarto dia, O monte de Nisir deteve a nave, não mais a deixou mover-se; Um quinto, um sexto dia, O monte de Nisir deteve a nave, não mais a deixou mover-se; Quando chegou o sétimo dia, Fez sair uma pomba, deixou-a partir». (Gilgamesh t.XI cc. 141-7).

Na literatura bíblica, veja-se o esquema 6+1 em Jó 5,19; Prov 6,16.

Além disto, os primeiros números são, no «hexaémeron», empregados e realçados de maneira que bem se mostra intencional:

1 — Um só Criador, Deus (da unidade procede a multiplicidade);

2 — notem-se as pares «céu e terra», «informe e vazia», «luz e trevas», «tarde e manhã», «terra e água», «águas inferiores e águas superiores», «luzeiro maior e luzeiro menor»;

3 — três regiões: céu, águas e terra;

três espécies de plantas: ervas, cereais, árvores frutíferas; três espécies de animais aquáticos: monstros marinhos, peixes, voláteis (estes eram julgados habitar entre as águas inferiores e as superiores);

três espécies de animais terrestres: domésticos, répteis, selvagens;

três categorias de astros: sol, lua e estrelas, com um conjunto de três funções; três imposições de nome: 1,5.8.10; três bênçãos: 1,22.28; 2,3;

6 — seis dias de trabalho;

7 — sete dias em toda a narrativa;

sete aprovações;

sete vezes «E assim se fez»;

sete fórmulas que se repetem em toda a narrativa; 10 — dez vêzes «Deus disse…»;

12 — Doze são as ações atribuídas a Deus em toda a obra da criação: criar, pairar, dizer, ver, separar, nomear, fazer, colocar, abençoar, consumar, repousar-se, santificar; doze vezes é mencionada a água (elemento importantíssimo em Gên 1!).

4) Confirma-se a conclusão decorrente dos itens acima, caso se compare o «hexaémeron» com os outros textos da Sagrada Escritura que narram, também eles, a criação do mundo. Embora aludam aos mesmos elementos mencionados pelo «hexaémeron» (caos inicial, estrelas, águas e terra, animais irracionais e homem), de modo nenhum referem o esquema de seis dias e a ordem de aparecimento das criaturas que ocorrem no texto de Gên 1. Ora, se esse esquema e essa ordem fossem realmente históricos, é de pressupor que os outros textos os apresentassem ou ao menos insinuassem; já, porém, que isto não se dá, conclui-se que a moldura dos seis dias e a sucessão de obras que eles enquadram, são mero artifício do autor do «hexaémeron».

Na literatura bíblica, veja-se o esquema 6+1 em Jó 5,19; Prov 6,16.

Além disto, os primeiros números são, no «hexaémeron», empregados e realçados de maneira que bem se mostra intencional:

1 — Um só Criador, Deus (da unidade procede a multiplicidade);

2 — notem-se as pares «céu e terra», «informe e vazia», «luz e trevas», «tarde e manhã», «terra e água», «águas inferiores e águas superiores», «luzeiro maior e luzeiro menor»;

3 — três regiões: céu, águas e terra;

três espécies de plantas: ervas, cereais, árvores frutíferas; três espécies de animais aquáticos: monstros marinhos, peixes, voláteis (estes eram julgados habitar entre as águas inferiores e as superiores);

três espécies de animais terrestres: domésticos, répteis, selvagens;

três categorias de astros: sol, lua e estrelas, com um conjunto de três funções; três imposições de nome: 1,5.8.10; três bênçãos: 1,22.28; 2,3;

6 — seis dias de trabalho;

7 — sete dias em toda a narrativa;

sete aprovações;

sete vezes «E assim se fez»;

sete fórmulas que se repetem em toda a narrativa; 10 — dez vêzes «Deus disse…»;

12 — Doze são as ações atribuídas a Deus em toda a obra da criação: criar, pairar, dizer, ver, separar, nomear, fazer, colocar, abençoar, consumar, repousar-se, santificar; doze vezes é mencionada a água (elemento importantíssimo em Gên 1!).

4) Confirma-se a conclusão decorrente dos itens acima, caso se compare o «hexaémeron» com os outros textos da Sagrada Escritura que narram, também eles, a criação do mundo. Embora aludam aos mesmos elementos mencionados pelo «hexaémeron» (caos inicial, estrelas, águas e terra, animais irracionais e homem), de modo nenhum referem o esquema de seis dias e a ordem de aparecimento das criaturas que ocorrem no texto de Gên 1. Ora, se esse esquema e essa ordem fossem realmente históricos, é de pressupor que os outros textos os apresentassem ou ao menos insinuassem; já, porém, que isto não se dá, conclui-se que a moldura dos seis dias e a sucessão de obras que eles enquadram, são mero artifício do autor do «hexaémeron».

2. A intenção do autor sagrado

2.1. O exame literário do texto de Gên 1,1-2,4a acaba de evidenciar que o escritor não tinha em vista redigir um documento de índole científica para nos instruir sobre as fases pelas quais passou o mundo na sua formação. Não; o setor das ciências naturais ou a «Física» ficava fora das preocupações do autor; o que lhe interessava, era apresentar a «Metafísica» ou o aspecto transcendente, religioso, do mundo e do homem. Para realizar essa tarefa, é claro que o escritor tinha que aludir às criaturas, mencionando as principais categorias destas, a fim de as relacionar com Deus. Em sua maneira de aludir, teria podido servir-se (se o Espírito Santo o tivesse iluminado especialmente) da nomenclatura usual no século XX: haveria então falado da Via Látea e das galáxias esparsas pelos espaços cósmicos, haveria mencionado as eras geológicas que conhecemos, a energia nuclear, a estrutura da matéria com seus elétrons… Contudo, o Senhor não quis revelar tais noções ao antigo escritor judeu, pois as ciências naturais não são propriamente o objeto visado pela Bíblia; para obter o seu fim, bastava que o autor usasse da linguagem de sua época antiga ; foi o que de fato se deu. Donde se vê quão importante se torna tomarmos consciência das concepções e da nomenclatura de cosmologia dos antigos judeus, para entendermos devidamente o «hexaémeron».

2.2. Quais eram, pois, essas concepções ?

Os orientais costumavam dividir o universo em três regiões circulares e concêntricas: a de cima seria a dos ares; a do meio, a das águas, enquanto o globo central seria a região da terra. Pois bem; para dizer que essas três regiões com tudo que elas contêm, são obra de Deus, o autor israelita apresentou a atividade do Criador distribuída por duas séries de três dias de trabalho: na primeira série ou nos três primeiros dias ele quis descrever o Senhor a constituir as regiões ou os compartimentos como tais; a seguir, na segunda série ou nos três últimos dias, mostrou o Senhor a colocar os habitantes nas respectivas regiões.

Antes, porém, de mencionar a constituição dos habitáculos, ou seja, antes da primeira série de três dias, o autor sagrado referiu a criação da matéria em seu estado primordial, caótico: essa matéria, diz ele, constava de uma massa de terra («a terra informe e vazia»; 1,2), envolvida de águas («abismo», «águas», 1,2), sendo isso tudo cercado de trevas (1,2). — Do outro lado, ao terminar a série dos seis dias, o escritor quis apresentar o Senhor Deus à guisa de operário que entra no merecido repouso após encerrada a sua tarefa; donde o sétimo dia da série (2,1-3).

Desses dados resulta o esquema seguinte:

I. Criação da matéria caótica (terra, águas, trevas): 1, 1-2
II Distinção das três regiões do universo (dia – constitui-se a)
1ª região do céu … 1,3-5
2ª região das águas … 1,6-8
3ª região da terra … 1,9-13
III Produção dos habitantes das regiões
São produzidos …. dia
1,14-19 astros 4º
1,20-23 peixes, voláteis 5º
1,24-31 animais terrestres, homem 6º
IV. Repouso, bênção final
7º dia… 2,1-3

2.3. Como se vê, foram em parte os pressupostos contingentes da cosmologia judaica que levaram o autor sagrado a apresentar a criação dentro do esquema de seis dias de trabalho e um de repouso. O escritor tinha necessariamente que recorrer a esses pressupostos, porque precisava de mencionar as diversas criaturas visíveis; não intencionava, porém, dar a autoridade de dogmas a tais informações cosmológicas. Sendo assim, está claro que hoje em dia, uma vez ultrapassadas as concepções de ciência dos judeus, ninguém se deve julgar obrigado (melhor ainda: ninguém se pode julgar habilitado) a ensinar em nome da S. Escritura que o mundo foi feito dentro da moldura de 3 + 3 dias.

Mais dois outros motivos (importantes, na mente do hagiógrafo) devem ter concorrido para a descrição da criação em seis dias de trabalho e um de repouso. Seriam:

a) o simbolismo do número 7, principalmente quando disposto segundo o esquema 6 + 1 (tenha-se em vista o que atrás dissemos neste particular);

b) o intuito de inculcar a lei do repouso 

semanal. Em toda e qualquer fase da história, é necessário que o homem periodicamente se distancie de seus afazeres terrestres e, desimpedido, eleve o espírito a Deus ; ora o próprio curso da natureza sugere que tal distanciamento se dê de sete em sete dias, pois cada semana representa uma fase nova da Lua, fase que não raro provoca mudança no ritmo da vida terrestre. Consciente, pois, da vantagem de que o povo de Deus observasse o descanso semanal, consagrando-o ao Senhor, Moisés o formulou expressamente entre os preceitos da Lei; mais tarde, visando dar o máximo de autoridade a tal mandamento, um escritor sagrado de Israel, representando talvez a mentalidade dos levitas e sacerdotes, houve por bem (sob a moção do Espírito Santo) apresentar em Gên 1,1-2,4a o próprio Deus a semelhança de Operário Modelo,… Operário Modelo que enquadra sua atividade dentro da moldura de seis dias de fadiga seguidos por um sétimo de descanso. Por conseguinte retenha-se que o esquema de seis dias de trabalho e um de repouso, em Gên 1,1-2,4a, foi influenciado pela lei do sábado já anteriormente vigente em Israel; não se julgue que, ao contrário, o mundo foi primeiramente criado em seis dias e que, por causa disto, Moisés instituiu o repouso do sétimo dia.

Estas considerações nos permitem proferir um juízo sobre a tese (dita «concordista») que equipara os seis dias da criação de Gên 1 a seis eras de formação do mundo descritas pelos geólogos. — Os fautores de tal sentença supõem que o escritor sagrado tenha nutrido a mesma intenção que o geólogo: a intenção de ensinar ciências naturais; em consequência, julgam-se obrigados a descobrir nas páginas bíblicas os mesmos ensinamentos (de ordem cientifica e profana) que se leem nos compêndios de ciências naturais. O pressuposto, porém, é falso; por conseguinte, errônea também é a equiparação dos seis dias do «hexaémeron» a seis eras geológicas. Ademais a mencionada sentença não leva em conta a intenção (suficientemente patenteada pelo hagiógrafo) de adaptar a sublime atividade do Criador ao esquema de atividade prèviamente concebido para o povo escolhido, esquema de seis dias de 24 horas, em que há manhã e tarde…; note-se bem como o hagiógrafo insistentemente repete que cada dia da criação teve sua manhã e sua tarde… A respeito do «concordismo», veja «P. R.» 23/1959, qu. 3.

Recapitulando, verificamos que o esquema de seis dias de trabalho e um de repouso, sem pretender incutir alguma tese de ciências naturais, se explica pelos três seguintes motivos:

1) o autor sagrado, visando ensinar qual o sentido que este mundo tem aos olhos de Deus, teve que se servir da linguagem que os antigos israelitas usavam quando se referiam ao mundo; ora entre os característicos dessa linguagem estava a menção das três clássicas regiões que constituíam o arcabouço do universo: a região dos ares, a das águas e a da terra…;

2) convinha, segundo a mentalidade simbolista do autor, enquadrar a obra do Criador dentro do esquema 6 + 1, para inculcar que era e é muito boa;

3) tornava-se oportuno dar o máximo de autoridade à lei do repouso semanal; daí a apresentação meramente literária do Operário Divino a dar o exemplo de observância da semana…

4) Quanto à ordem de aparecimento das criaturas em Gên 1, também é decorrente das antigas concepções judaicas.

Com efeito. Os judeus julgavam que a luz e as trevas eram entidades positivas, subsistentes em si mesmas; daí a separação de luz e trevas na região dos ares ou logo no primeiro dia da criação, anteriormente à produção do sol e das estrelas…

Os israelitas imaginavam outrossim que sobre a terra (considerada como grande disco plano) se estendia um firmamento ou uma cúpula gigantesca de metal fino ou de cristal (cf. Jó 37,18); sobre essa cúpula havia reservatórios de águas, águas ditas «superiores», donde emanavam a chuva, a geada, o granizo…; da mesma cúpula pendiam o sol, a lua, as estrelas e os demais corpos celestes, cada qual com seu roteiro fixo. Por debaixo do disco plano da terra, a meditavam haver águas «inferiores», que vinham à tona nas fontes, nos rios, nas lagoas e nos oceanos… É o que explica a separação de águas e águas no segundo dia,… a enumeração das aves entre os habitantes da região das águas (os pássaros voam, sim, entre as águas inferiores e as superiores).

Os judeus nos diriam também que a vegetação é o forro ou o tapete verde inseparável da terra. Daí o aparecimento das plantas no terceiro dia, logo que se constitui a crosta terrestre, antes mesmo da produção do sol.

Mais ainda: os israelitas concebiam o sol, a lua e as estrelas à semelhança de um exército que povoa os ares e disciplinadamente obedece às ordens do Senhor. Daí a obra do quarto dia…

Mais uma vez digamo-lo: o autor sagrado serviu-se de tais concepções porque em sua época eram aptas a inculcar um ensinamento de índole religiosa, não porque lhes quisesse atribuir autoridade dogmática.

Tudo quanto até aqui foi dito, visava chamar a atenção do leitor para a autêntica mensagem do texto sagrado, que vamos agora explicitamente propor.

3. A mensagem do «haxaémeron»

Uma vez entendidos os artifícios poéticos de Gên 1, pergunta-se: que se deverá reter da leitura de tal passagem bíblica ?

— A mensagem do «hexaémeron», que é estritamente «metafísica» ou teológica, pode ser resumida nos seguintes termos:

1) A respeito de Deus:

a) Deus é Um só. Os astros, os bosques e os animais, frequentemente cultuados pelos povos antigos, são meras criaturas de um só Criador, destinadas a servir ao homem, que é o imediato lugar-tenente de Deus neste mundo. Por conseguinte, também não há fato nem inelutável destino;

b) Deus é eterno. Nisto distingue-se radicalmente do mundo, que começou no tempo e foi tirado do nada (contrariamente ao que pretendem o panteísmo e o monismo);

c) Deus é perfeito, pois tudo que Ele cria é muito bom. Cria não por necessidade, nem por aventura (como nas narrativas da mitologia), mas unicamente a fim de derramar a sua bondade. O mal no mundo, por conseguinte não vem de Deus, mas é ocasionado pela criatura mesma, como refere o texto sagrado no documento justaposto ao «hexaémeron» (cf. Gên 2,4b-3,24 e «P. R.» 5/1957, qu. 1).

2) A respeito do mundo:

a) o mundo não é eterno. Exclui-se, portanto, qualquer dualismo de princípios — o Princípio do Bem (Espírito) e o Princípio do Mal (Matéria) — que disputem entre si as sortes da história;

b) o mundo não se originou por si mesmo nem por acaso, mas teve um início, que Deus lhe deu. Uma vez criada, a matéria pode ter evoluído dos graus inferiores para os graus superiores dos seres materiais, segundo as leis que o Criador lhe incutiu. Não há, pois, dilema entre criação e evolução;

c) as criaturas são originariamente boas e destinadas a reproduzir, cada qual do seu modo, uma faceta da infinita perfeição divina.

3) A respeito do homem:

a) o ser humano é algo de totalmente novo entre os demais. O autor nada diz sobre a maneira como o corpo do primeiro homem se originou; nem sequer menciona o barro (cf. Gên 1,26s). Pode-se admitir, portanto, para o corpo humano, qualquer teoria fixista ou evolucionista que reconheça a criação da matéria inicial por parte de Deus.

Quanto à alma humana, o autor sagrado insinua a sua transcendência sobre a matéria. Com efeito; o homem é dito imagem e semelhança de Deus; ora tal dignidade — exclusiva da criatura humana — não lhe compete por parte do corpo (pois Deus não tem corpo), mas, sim, por parte da alma intelectiva, espiritual. Esta, portanto, não sendo corpo, não se pode ter originado do corpo ou da matéria ; só pode ter sido diretamente criada por Deus;

b) igual dignidade convém ao varão e à mulher, pois ambos foram feitos à imagem e semelhança de Deus;

c) o matrimônio é algo de santo, instituído e abençoado pelo próprio Deus, não simplesmente para que o homem satisfaça a si, mas a fim de que cumpra um desígnio divino.

Eis as verdades perenes que o texto sagrado, sob vestes literárias anteriores à era cristã, tem a dizer ao homem do século XX! Nessa escola, sem dúvida, muitos estudiosos contemporâneos terão algo que aprender.

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